Encontro mostra impactos alcançados pela Formação Continuada

Como um time, todos vestiam a mesma camisa, na qual se via o mapa da Bahia e uma palavra em destaque: avizinhar. O potente conceito foi o escolhido para guiar o encontro de encerramento das atividades em 2021 do Plano de Formação Continuada Territorial, promovido pela Secretaria da Educação do Estado da Bahia (SEC), por meio do Instituto Anísio Teixeira (IAT). Entre os dias 9 e 11 de dezembro, formadores, articuladores pedagógicos e parceiros estiveram juntos para avaliar as ações deste ano e planejar as atividades para 2022. 

Diretora-geral do IAT, Cybele Amado adiantou novidades para o ano que vem, como a nova oferta de formação nas áreas das ciências humanas e naturais. “Até aqui, estivemos muito concentrados em Língua Portuguesa e Matemática. Agora, vamos avançar para história, geografia, sociologia… Há uma sinergia com o momento que o país está vivendo. Num dos eixos de história, a gente vai falar sobre democracia, um debate muito importante para o Brasil hoje”.  Cybele também fez um balanço da Formação Continuada, que começou em 2019 e em 2022 encerra este ciclo inédito. “Nós temos desafios, ajustes a serem feitos, mas é fantástico observar o potencial de resultados que nós temos. Já há mudanças palpáveis, visíveis, concretas. Nós precisamos consagrar tudo isso para transformar o Plano de Formação em uma política de Estado, mesmo”. 

“A Formação Continuada tem um papel fundamental para a melhoria da qualidade da educação e o papel do IAT também, neste arranjo que envolve as redes municipais, a rede estadual, as universidades, a Undime e este importante parceiro que é o Itaú Social”, disse o secretário da educação do Estado da Bahia, Jerônimo Rodrigues.

Parceiro da Formação Continuada, o Itaú Social está apoiando o monitoramento e avaliação de todo o plano, para medir de forma quantitativa e qualitativa essas mudanças de que Cybele fala. Renato Brizzi, analista de projetos do Itaú Social, conta que já é possível perceber novas práticas e comportamentos. “Fica muito nítida a aproximação entre as redes, tanto aquelas que são de esferas diferentes, como a estadual e a municipal, mas também entre as redes municipais que estão no mesmo território e muitas vezes não trocavam, não conversavam. Isso aparece muito forte. Também identificamos o crescimento do trabalho colaborativo entre os profissionais dentro da escola, os diretores escolares e coordenadores pedagógicos, além de um outro olhar a respeito dos processos avaliativos e dos indicadores de aprendizagem. Antes, as avaliações eram vistas como obrigação, e hoje são vistas como aliadas do planejamento pedagógico”. 

Além de conhecer de forma mais detalhada alguns desses impactos, os formadores também contaram com a consultoria luxuosa da educadora Fátima Freire, filha de Paulo Freire, patrono da educação brasileira. Fátima os convidou a pensar o “lugar de ocupância” de cada um e a refletir sobre a educação das emoções. Renata Lopes, formadora no Núcleo Territorial de Educação 16 (Piemonte da Diamantina), ficou “maravilhada” com o que ouviu. “O encontro com Fátima não teve uma característica formativa teórica. Foi literalmente uma tematização da vivência de cada um. Ela naturaliza os processos de vida, de docência, de educação”.  

Renata também falou sobre a relevância deste momento de avaliação das atividades desenvolvidas ao longo do ano. “É muito importante para nós, formadores, termos uma visão geral, macro, do que foi nosso ano de trabalho, para que a gente consiga dimensionar o que foi positivo e aquilo que a gente ainda precisa aprimorar, alcançar. Isso é fundamental para que a gente possa dar continuidade ao processo com qualidade”. 

Formador no NTE 18 (Litoral Norte e Agreste Baiano), José Augusto Luz falou da alegria de estar junto com os colegas presencialmente, e das potencialidades geradas por esse encontro. “É um momento importantíssimo, não só pela possibilidade de planejar as atividades do ano que vem, mas pelas discussões que são geradas. A riqueza da formação tem muito a ver com as experiências das pessoas que estão aqui, com as suas práticas, percepções, soluções. Quando a gente está junto, tudo isso aflora e é algo que nos dá energia e esperança”. 

Durante o encontro, a equipe revisitou ainda os objetivos gerais e específicos do Plano de Formação Continuada, como conta Micheli Cruz, coordenadora de formação de profissionais de educação do IAT. “Tivemos a oportunidade de redimensionar esses objetivos com vistas a cumprir o nosso último ano de trabalho, focalizando o que nos falta alcançar diante daquilo que nos foi proposto lá no início de 2019 e também validando aquilo que já foi cumprido e extrapolado, inclusive”. Micheli também deu um spoiler para os educadores que participam dos encontros formativos. Em breve, será anunciada uma possibilidade de recuperação das aprendizagens para aqueles que não conseguiram estar presentes em todo o ciclo, para que possam obter a certificação integral. 

Sobre o Plano de Formação Continuada Territorial 

A Secretaria da Educação do Estado da Bahia, por meio do Instituto Anísio Teixeira realiza a Formação Continuada para Gestores Escolares, Coordenadores Pedagógicos das redes municipais e Estadual, além das Equipes Técnicas das Secretarias Municipais de Educação e dos Núcleos Territoriais de Educação (NTE). A ação, que conta com o apoio da União dos Municípios da Bahia (UPB), da União Nacional dos Dirigentes Municipais de Educação (UNDIME) e parceria do Itaú Social, tem foco nos profissionais que atuam nos períodos do 6º ao 9º ano e no Ensino Médio. Por conta da pandemia do Coronavírus, a formação acontece em ambiente virtual, reunindo mais de 8 mil educadores e técnicos de todos os municípios dos 27 Territórios de Identidade da Bahia.

Fonte: Secretaria Estadual da Educação – Foto: Marvin Kennedy

Maurílio Fontes

Proprietário, jornalista, diretor e responsável pelo Portal Alagoinhas Hoje

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