Empresários fazem crítica à falta de ações do governo para reduzir 'custo Brasil'
Um dia depois de ameaçar enterrar a reforma do ICMS em função das alterações feitas pelo Congresso e ainda sob ameaça de nova derrota no encaminhamento da MP dos Portos, o governo ouviu dos empresários críticas pela falta de medidas que melhorem a infraestrutura dos país, reduzam o custo Brasil e a carga tributária.
Segundo a Folha apurou, a dificuldade do governo em promover as mudanças estruturais, consideradas importantes para dar competitividade ao país, foi colocada na mesa de discussão durante encontro dos representantes de todos os setores produtivos com os ministros Guido Mantega (Fazenda) e Fernando Pimentel (Desenvolvimento) ontem em Brasília.
De acordo com relato de presentes, o presidente da Fiesp (Federação das Indústrias de São Paulo) reclamou que o governo está atacando os problemas só com medidas “pontuais” e que não está “mexendo no custo Brasil”.
Para os empresários, não são ajustes pontuais que vão garantir mais competitividade à economia. E é aí que reformas como a que deveria uniformizar as alíquotas interestaduais de ICMS (imposto cobrado pelos Estados na venda de mercadorias) e a medida provisória que regula o setor de portos são vistas como importantes.
Depois das alterações promovidas pelos parlamentares no texto original, que desvirtuaram significativamente a ideia original do Executivo para o tema, a presidente Dilma Rousseff poderá abandonar a reforma.
As mudanças aprovadas deixam em desvantagem Estados do Sul e Sudeste, e desfazer o que foi aprovado implicará num custo político para a presidente, que poderá ter repercussões na disputa eleitoral de 2014.
A ministra Ideli Salvatti (Relações Institucionais) admitiu que o governo pode desistir da aprovação do projeto do ICMS. O texto aprovado determina que as transações com origem nas regiões Norte, Nordeste, Centro-Oeste e no Espírito Santo tenham alíquota do imposto de 7%.
Segundo ela, não há “plano B” no governo na questão do ICMS se o Senado aprovar a nova versão do texto. A ministra afirmou que o “termômetro” do governo sobre o projeto será a discussão da MP que cria os fundos de compensação e de desenvolvimento regional.
Fonte: Folha de São Paulo