Emergentes têm gargalos superáveis, avalia Nobel

A expressão “cinco frágeis”, criada pelo banco Morgan Stanley para classificar o Brasil e outras quatro economias emergentes que estariam vulneráveis a mudanças na política monetária americana, tomou conta do noticiário econômico internacional no início deste ano, mas não tem um Nobel de Economia entre seus fãs nem se reflete nas Bolsas desses países neste momento.

“Todos esses países [o grupo inclui ainda Indonésia, Índia, Turquia e África do Sul] têm problemas que preocupam, têm fraquezas, mas que não são insuperáveis”, diz o americano Eric Maskin, que recebeu o prêmio em 2007.

“Se você compara o Brasil de hoje com o de 20 anos atrás, quando tinha inflação descontrolada e um desemprego muito mais alto, muito foi conquistado. O mesmo aconteceu com a Indonésia.”

Maskin esteve no Brasil em março e escreveu recentemente um parecer para os bancos sobre a disputa que envolve as perdas que os poupadores podem ter tido com os planos econômicos dos anos 80 e início dos 90.

Os “cinco frágeis” agora também vivem um bom período nas Bolsas, após o período de turbulência no início do ano com a retirada de estímulos iniciada pelo BC dos EUA —questões internas estão pesando mais que as influências do cenário externo.

A Bolsa indiana tem ganho superior a 20% (em dólar) e lidera a alta entre os principais mercados mundiais, sob a esperança de que a chegada ao poder do novo premiê, Narendra Modi, vá produzir reformas que possam estimular o crescimento.

No Brasil, o cenário eleitoral também tem pesado para os ganhos de 12,3% do Ibovespa, com o declínio da presidente Dilma nas pesquisas ajudando a alavancar os preços das ações.

As Bolsas de Turquia e Indonésia já subiram cerca de 15% neste ano, e a da África do Sul, 10%.

O jornalista ÁLVARO FAGUNDES viajou a convite do Fórum Econômico de Astana

Fonte: Folha de São Paulo

Maurílio Fontes

Proprietário, jornalista, diretor e responsável pelo Portal Alagoinhas Hoje

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