Dólar em alta traz um novo fôlego para quem exporta

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Com a cotação do dólar beirando os R$ 4, pequenas e médias empresas baianas estão aumentando a sua rentabilidade vendendo para o exterior. No ano passado, 251 empreendedores do estado fizeram consultas à Agência Brasileira de Promoção de Exportações e Investimentos (Apex). E 51 efetivaram vendas para outros países, com uma venda total de R$ 385,9 milhões.

São empresas de diferentes setores, como artesanato e construção civil, que aproveitam as vantagens do câmbio para lucrar, ao mesmo tempo em que investem em qualidade para conquistar o exigente mercado internacional.

“Estou viajando constantemente ao exterior, tanto para prospectar novos negócios quanto para comprar matéria-prima”, explica o empresário  Raymundo Dórea, da Engpiso, uma empresa de construção civil que já tem no currículo obras em Moçambique e na Colômbia.

A Engpiso chega a faturar 50% a mais quando está atuando no exterior. Mas como precisa passar entre 20 e 30 dias por ano fora do Brasil, Dórea tem também um considerável aumento nas despesas pessoais em dólar. “O que faço é reduzir em alguns dias as viagens e tratar de economizar com a estada e alimentação”, declara o empresário.

Essas viagens de prospecção, normalmente aos Estados Unidos e à Europa, são fundamentais para a compra de material inovador que é usado em suas obras. “Estamos usando, por exemplo, um pavimento drenado, que minimiza os riscos de inundação em caso de fortes chuvas”, afirma.

Produção artesanal

A artesã Edna Castro aproveita a cotação do dólar para vender no exterior artigos que normalmente são comercializados no Mercado Municipal de Itapuã ou em Porto Seguro, sua terra natal.  Até junho, ela precisa concluir a produção de 2.500 chapéus  para vender a um comerciante de Portugal, que ela conheceu no ano passado durante o Encontro Internacional de Negócios do Nordeste (Einne), que aconteceu em Natal.

“Eu estou começando a fazer contatos em outros países da Europa também”, disse a artesã que passa a maior parte do tempo em Porto Seguro, mas todos os anos viaja para o Einne à procura de contatos.

Para Ana Maria Lenz e Auxiliadora Fontes, sócias na fabricante de cosméticos  L’Aromatic, o momento é de conhecer marcas estrangeiras de perfumes que buscam fragrâncias brasileiras. “Há muito interesse em aromas nacionais e, por enquanto, não temos intenção de ter uma marca própria”, explica Auxiliadora.

O gerente de exportação da Apex-Brasil, Christiano Braga, que é baiano, vê oportunidades para nichos específicos. “Chocolates caseiros de Ilhéus, por exemplo, teriam um bom mercado”. José Nilo Meira, gerente da Unidade de Acesso a Mercado do Sebrae Bahia, complementa: “Os produtos devem ter um patamar superior”.

Onde buscar ajuda para exportar

Sebrae – Oferece cursos como planejamento para exportar, que fornece ferramentas para pequenas e médias empresas. Site: www.sebrae.com.br

Apex – Agência Brasileira para Promoção das Exportações e Investimentos. Oferece consultoria aos empresários. Site www.apexbrasil.com.br

Einne – Encontro Internacional de Negócios do Nordeste. Realizado pelo Sebrae com apoio da Apex, evento apresenta empreendedores a potenciais compradores do exterior

Fonte: A Tarde

Maurílio Fontes

Proprietário, jornalista, diretor e responsável pelo Portal Alagoinhas Hoje

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