Dilma faz sinalização ao mercado, mas desagrada base

Com exceção de Nelson Barbosa, nome preferido para a Fazenda por várias lideranças do PT, nenhum dos nomes divulgados na sexta-feira para o novo ministério da presidenta Dilma Rousseff faria parte de uma lista dos sonhos de militantes petistas. Com a aposta em Joaquim Levy para substituir Guido Mantega – o indicado foi secretário do Tesouro no governo Lula e é próximo de Armínio Fraga, que seria o ministro da Fazenda num eventual governo do tucano -, Dilma dá uma sinalização ao mercado financeiro de que pretende fazer o ajuste fiscal “gradual” e “consistente”, mas contraria sua base. A presidenta repete a atitude de Lula em 2002, ao nomear Antonio Palocci para a Fazenda e o então deputado federal eleito pelo PSDB Henrique Meirelles para o Banco Central.

Com as escolhas da senadora Kátia Abreu (PMDB-TO), presidente da Confederação Nacional da Agricultura (CNA), para a Agricultura, e de Armando Monteiro, ex-presidente da Confederação Nacional da Indústria (CNI), para a Indústria e Comércio, agrada ao setor produtivo. Parcela significativa do PT parece entender a necessidade de uma opção ortodoxa para a economia neste momento, dada às atuais dificuldades na área. Mas a rejeição é grande, entre os militantes, principalmente, à nomeação de Kátia Abreu, por ela ser identificada com posições da antiga e ultra-conservadora União Democrática Ruralista (UDR). Petistas protestaram nas redes sociais, reproduzindo artigos da ruralista contra o MST e os governos de esquerda “bolivarianos”. Lembraram que os militantes foram às ruas no segundo turno apoiar Dilma. E não Kátia Abreu.

Fonte: Brasil Econômico

Maurílio Fontes

Proprietário, jornalista, diretor e responsável pelo Portal Alagoinhas Hoje

Menu de Topo