Dia das Mães: TV e celular estão mais baratos, mas a comemoração está mais cara

A maioria das sugestões de presentes preferidos nesta época está abaixo da inflação acumulada pelo Índice de Preços ao Consumidor (IPC).

Para celebrar o Dia das Mães, os filhos terão que gastar mais na hora da comemoração, mas, em compensação, podem pagar mais barato se quiserem realizar um dos sonhos de consumo de suas mães – como a compra de um smartphone ou televisor. 

Segundo levantamento feito pelo Instituto Brasileiro de Economia (Ibre) da Fundação Getulio Vargas (FGV), a maioria das sugestões de presentes preferidos nesta época está abaixo da inflação acumulada pelo Índice de Preços ao Consumidor (IPC), calculado pelo IBRE/FGV, que registrou alta de 8,41% entre maio de 2014 e abril de 2015. 

Entre eles estão os aparelhos de TV, que tiveram queda de preço de 5,08%; os celulares e cintos e bolsas que estão 4,61% e 0,84% mais baratos, respectivamente.

No entanto, o bom e tradicional almoço de família ou passeio com a mamãe deve pesar um pouco mais no orçamento. Nos últimos 12 meses, o valor do ingresso de shows musicais subiu 21,88%; serviços de salão de beleza, 10,88%; e os restaurantes estão 8,73% mais caros. 

Fatores
A média dos produtos e serviços destinados às mães subiram 6,93% no mesmo período. Ou seja, mesmo mais caros do que ano passado, também ficaram abaixo da variação acumulada pelo IPC/FGV. 

Para o economista da FGV André Braz, não é de hoje que o custo com serviços tem subido acima da inflação. “O custo com as comemorações é o que mais influencia os índices”, justifica ele. 
Sobre os presentes, Braz acredita que a concorrência,   tanto das lojas quanto das marcas, favoreceu a diminuição do valor dos produtos. “Isso faz com que o preço não suba muito e as pessoas acabem pesquisando mais para encontrar preços melhores”.

“Em meio a crise e com um consumidor prudente na hora de gastar, a única alternativa que nós temos é oferecer preço. O consumidor vai preferir bens não duráveis.”

Paulo Motta, presidente do Sindilojas

Expectativa
O varejo tem apostado realmente na oferta, como afirma o presidente do Sindicato dos Lojistas do Comércio do Estado da Bahia (Sindilojas), Paulo Motta. “Em meio a crise e com um consumidor prudente na hora de gastar, a única alternativa que nós temos é oferecer preço”.

Motta estima um ticket médio de compra em R$ 75, 50% menor do que o ano passado.  “O consumidor vai preferir bens não duráveis, como confecção, calçados, perfumaria e bijuterias. São itens que eles podem pagar à vista”, assegura o presidente do Sindilojas. 

É justamente nessa faixa de preço que vai ficar o presente que a secretária Reijane Santos deve comprar para sua mãe, que, segundo ela,  pode chegar a, no máximo, R$ 100. “Como vou comprar à vista, é o que está dentro do meu orçamento”, justifica. 

A secretária ainda está pesquisando o que vai dar, mas entre as opções estudadas estão roupas e calçados. “Dou coisas que ela gosta, nada que seja de casa ou de cozinha, mas que ela possa usar”. 

Jeitinho

Seja ele mais caro ou mais barato, o consumidor de fato vai jogar com o que o bolso permitir. Mesmo tendo eleito um presente com valor maior – um Nokia Lumia 630 de dois chips, de R$ 499 – a assistente social Sandra Aguiar, pagou o presente à vista. “Não gosto de dívidas, ainda mais em um ano difícil como este. Por isso reservei o valor todo do presente no orçamento deste mês”, conta. 

Ainda não é domingo, mas sua mãe, Anita Borges, já demonstra que curtiu o mimo. “A melhor parte é que agora ela tem WhatsApp, e já está em todos os grupos da família mandando mensagens”.  Colaborou Naiana Ribeiro.


Presente ou comemoração? Os dois devem caber no bolso
Segundo o economista da Fundação Getulio Vargas André Braz, mesmo estando mais barato, o preço do presente precisa caber no bolso. “A questão não é dar a preferência ao que ficou mais barato, mas sim ao que se encaixa no orçamento”, recomenda. 

Para ele, itens como celular e televisor possuem um valor de mercado mais elevado, o que pode levar ao pagamento financiado. “As taxas de juros estão mais caras. Quando a gente fala em caber no orçamento, é que o consumidor deve optar pelo pagamento à vista”, diz. 

Na hora de comemorar, a preferência também deve ser pelo pagamento à vista. “Deve-se considerar o equilíbrio entre o que a mãe gosta e o que esteja dentro das condições dos filhos. Mas é possível dar  um presente mais em conta sem deixar de comemorar”, fala.

Fonte : Correio 24h 

Maurílio Fontes

Proprietário, jornalista, diretor e responsável pelo Portal Alagoinhas Hoje

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