Declarações da secretária de Saúde na Câmara de Vereadores são avaliadas como verdadeiro fiasco

Maria Rosânia de Souza Rabelo, secretária municipal de Saúde, atendeu nesta terça-feira (26) à convocação de nove dos 17 vereadores de Alagoinhas para explicar o pagamento de R$1.600.000,00 à Associação Saúde em Movimento (ASM), empresa que atua, desde 11 de fevereiro, no fornecimento de mão de obra para diversas unidades de saúde da prefeitura. 

As declarações da secretária são avaliadas como verdadeiro fiasco pela falta de clareza nas respostas aos questionamentos dos parlamentares. 

O vereador Anderson Baqueiro é um dos que considera um fiasco as declarações da titular da Secretaria de Saúde. “Era melhor ela não ter vindo à Câmara de Vereadores”, afirmou.

Internamente, na Prefeitura de Alagoinhas, as declarações de Maria Rosânia também não são avaliadas como positivas e esclarecedoras. 

Pagamento

O pagamento à ASM não seguiu o trâmite burocrático costumeiro. A nota fiscal foi emitida no dia 7 de março, 24 dias após assinatura do contrato, e paga no dia seguinte, com valor total, como se a empresa tivesse prestado todos os serviços previstos no decorrer de 30 dias. 

Desta forma, a Prefeitura de Alagoinhas adiantou parte dos recursos para prestadora de serviço. 

Segundo o vereador Anderson Baqueiro, a agilidade no pagamento certamente não permitiu  que fosse verificado se todos os profissionais trabalharam, se os plantões foram cumpridos e se médicos especialistas de fato atuaram nos 24 dias da prestação de serviços. “Não houve tempo hábil para fazer toda a checagem nas várias unidades de saúde da Prefeitura de Alagoinhas”, salientou o parlamentar. 

Ele acrescenta que o pagamento foi efetuado, mas que duas outras prestadoras de serviços (Rede Saúde e APMI) ainda têm crédito para receber da administração municipal. 

Após quase dois meses à frente da Secretaria de Saúde, a experiente gestora, como se autodenomina, não soube informar aos vereadores os valores devidos às duas prestadoras de serviços. 

A secretária deixou escapar que o contrato com a Rede Saúde era superfaturado, mas “esqueceu” que a empresa prestou serviço à atual gestão de Alagoinhas. 

Imprensa

Sem condições de apresentar argumentos irrefutáveis, a secretária de Saúde optou, inicialmente, como esperado, por atacar a imprensa, sem citar o nominalmente o site Alagoinhas Hoje e seu editor, responsáveis pelas denúncias que resultaram na sua convocação.

O fiasco da tarde desta terça-feira na Câmara de Vereadores, pela experiência da secretária, foi surpreendente para quem estava na galeria e pessoas que ocupam cargos de confiança.

A claque da secretária, de boa vontade ou por imposição, esteve presente e com aplausos tentou minimizar a trágica presença da gestora da SESAU no plenário do parlamento. 

Contratos

Até a noite desta terça-feira, a Secretaria de Saúde não publicou um segundo contrato mantido com a ASM no valor aproximado de R$7 milhões por ano. O primeiro contrato, de conhecimento público, gira em torno de R$11,5 milhões. 

No total, a ASM vai abocanhar aproximadamente R$20 milhões por ano da Prefeitura de Alagoinhas, valor altíssimo para uma empresa que tem pouco mais de dois anos de atividades.

A ASM é uma associação privada. 

Frases

No WhatsApp do editor do site Alagoinhas Hoje estão algumas frases que traduzem a participação da secretária de Saúde na Câmara de Vereadores:

“Até agora não entendi nada sobre o pagamento da SESAU. Ela falou, falou, mas não disse nada. E não respondeu quase nenhuma das perguntas”.

“Rapaz, a mulher está toda enrolada”. 

“Como sou leiga no assunto, fiquei muda, mas …… falou que foi um fiasco”. Nesta frase preservamos o nome da pessoas que avaliou como fiasco as declarações da secretária. 

“Me deixem trabalhar”, frase atribuída a secretária e enviada para o WhatsApp do editor do site.