Contra isolamento, Marina faz seu próprio horário eleitoral

Enquanto fervem as reuniões de formação das coligações para as eleições, a ex-senadora Marina Silva (Rede), uma das líderes nas pesquisas, ainda não mostrou seu plano para fortalecer a chapa. Sem aliados, a candidatura está fadada a ter tempo mínimo na TV e poucos cabos eleitorais nos rincões do Brasil para manter os quase 15% de intenções de voto que mostrou nas pesquisas recentes. Nesta quinta-feira, ela tenta driblar os problemas com mais uma transmissão ao vivo pelas redes sociais com seu próprio “horário eleitoral gratuito”.

Assim como o deputado federal Jair Bolsonaro (PSL-RJ), a ex-senadora sofre para fechar acordos. Seu “diferencial” será tentar compor uma chapa  com vice-presidente estrelado. O nome dos sonhos é do doutor em economia Ricardo Paes de Barros, um dos mais renomados especialistas em desigualdade social do país. A bandeira atenderia ao desejo de “aliança programática” que Marina tanto bate na tecla, mas não lhe daria capilaridade alguma para espalhar suas ideias.

Na outra ponta — daqueles com estrutura eleitoral, mas sem grande sucesso de público —, a coligação de Geraldo Alckmin (PSDB) deve ser oficializada nesta quinta-feira sem o nome de um vice-presidente. Ontem o partido fechou com mais um aliado de peso, o DEM. Josué Alencar (PR-MG) pulou fora e o ex-ministro Mendonça Filho (DEM-PE) aparece como favorito. A esperança é de que o ex-governador de São Paulo se aproveite da estrutura do DEM no Nordeste, região que é o calcanhar de Aquiles do tucano.

O PT, que nem o cabeça de chapa tem definido, também faz ofensiva nesta quinta-feira em busca do PSB. A tentativa é de esvaziar Ciro Gomes (PDT), que estava próximo de fechar a parceria. Se perder o braço-de-ferro, o pedetista será mais um dos isolados na campanha. Terá de apelar, como Marina, aos meios criativos de campanha e torcer para dar certo.

 

Fonte: EXAME

Maurílio Fontes

Proprietário, jornalista, diretor e responsável pelo Portal Alagoinhas Hoje

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