Consumo deve crescer e alta de juros está perto do fim

A ata do Comitê de Política Monetária (Compom) do Banco Central (BC), divulgada ontem, mantém a perspectiva de aumento de consumo, mesmo que moderado, ajudando no crescimento da economia. O Copom indica ainda estabilidade nos preços da gasolina neste ano. E também aponta perspectiva de reajuste de 7,5% na tarifa residencial de eletricidade.

Mesmo com a desaceleração de oferta de crédito ao cliente, reflexo das oito altas seguidas na taxa básica de juros (Selic) e da que está prevista para o próximo mês, o BC estima crescimento moderado no consumo dos brasileiros para 2014, trazendo alívio para os setores que temiam estagnação do crescimento econômico. A instituição entende que o consumo vai avançar, mesmo que em ritmo mais moderado do que registrado anteriormente.

Ilan Goldfajn, economista-chefe do Itaú Unibanco, tirou da ata indicativos de que a série de oito elevações da Selic caminha para um fim em breve. Para o especialista, já se observam sinais macroeconômicos que podem levar o Banco Central a interromper o ciclo.

“O Copom afirma que a demanda e a oferta têm ritmos de crescimento que ‘paulatinamente se aproximam’, provavelmente indicando que o ajuste na política monetária já começa a induzir um rebalanceamento da economia. De resto, a perspectiva é de ‘ritmo de expansão da atividade doméstica relativamente estável este ano’”, escreveu Goldfajn.

A sugestão do Copom de manter o ciclo de altas da Selic influenciou ontem o fechamento em alta de mais de 1% da Bolsa de Valores de São Paulo (Bovespa). Após quatro sessões de queda, subiu 1,08%, 47.093 pontos.

Segundo dados do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística, a renda média geral do brasileiro cresceu 29,6% entre 2003 e 2013. Entre os exemplos de sonhos de consumo que se tornaram realidade estão a casa própria, os eletrodomésticos e o automóvel.

O BC trabalha para encontrar equilíbrio para que a inflação fique dentro da meta estabelecida pelo Conselho Monetário Nacional, de 4,5%, com margem de dois pontos percentuais para mais ou para menos. Conforme o órgão, a inflação está “ligeiramente acima daquela que se antecipava”. Principalmente, pela variação dos índices de preços ao consumidor registrada nos últimos 12 meses.

Na semana passada, o Banco Central elevou a Selic em 0,25 ponto percentual, a 10,75% ao ano.

Reservatórios nos níveis do racionamento

O nível dos reservatórios das Regiões Sudeste/Centro-Oeste, responsáveis por 70% da capacidade instalada do Sistema Interligado Nacional (SIN), está em 34,6%, patamar semelhante a março de 2001, ano de racionamento de energia elétrica no país.

Segundo o ONS (Operador Nacional do Sistema Elétrico), os reservatórios das usinas das Regiões Sudeste/Centro-Oeste devem receber, durante este mês, quantidade de água equivalente a 67% da média histórica. Mas ainda não deve ser suficiente para tranquilizar os setores elétricos.

Especialistas apontam que ainda é cedo para falar em racionamento. Sendo necessário aguardar o término do período úmido para traçar um novo cenário.

Ontem, a presidenta da República Dilma Rousseff se reuniu com o ministro de Minas e Energia, Edison Lobão, no Palácio da Alvorada, mas o conteúdo do encontro não foi divulgado.

SECA ELEVA PREÇO DE LEGUMES E VERDURAS EM 35%

O clima seco dos últimos dias é o responsável pela alta do preço de verduras e legumes no Estado do Rio. A elevação no atacado é, em média, de 35%. Segundo o presidente da Acegri (Associação Comercial dos Produtores e Usuários da Ceasa Grande Rio), Waldir Lemos, a oferta de produtos está pequena e a maioria dos alimentos teve elevação de preços devido a seca. Os mais afetados são batata, alface e repolho.

Já as frutas estão com preços altos devido ao término do verão e aproximação do inverno. Há uma inversão de produtos, cita Waldir Lemos: “O fim de uma safra e início da outra elevam habitualmente os preços”. São exemplos de frutas do verão, como pêssego, ameixa e uva. As de inverno são laranja, pêra e tangerina.

A aposentada Maria Júlia Santos, 64 anos, declarou que não consegue comprar a mesma quantidade de verduras e frutas em razão da alta. “O nosso salário sobe, mas os valores dos alimentos pulam mais ainda. Fica difícil ter alimentação balanceada”. Segundo a aposentada, os preços sobem a cada semana: “Vou de loja em loja para aproveitar as promoções. É assim que consigo comprar maior quantidade”.

Fonte: O Dia

Maurílio Fontes

Proprietário, jornalista, diretor e responsável pelo Portal Alagoinhas Hoje

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