Comandante da Ronda Maria da Penha estimula mulheres a denunciar em tempos de confinamento

A queda no número de denúncias relacionadas à violência doméstica durante o período inicial de confinamento, provocado pela pandemia da Covid-19, é motivo de preocupação para a rede de enfrentamento. Após o decreto de isolamento social, os registros nas delegacias especializadas passaram a apresentar redução, quando comparados a meses anteriores.

À frente da Ronda Maria da Penha desde o início de março, a major da Polícia Militar, Flávia Barreto, ressalta que a rede, que reúne secretarias, entidades e a polícia, segue à disposição das eventuais vítimas. Para destacar a importância da denúncia, a nova comandante da operação, que herdou o cargo de Denice Santiago, a militar foi entrevistada nesta quinta-feira, 2, no programa Isso é Bahia, da rádio A Tarde FM.

Segundo explicou, as Delegacias Especiais de Atendimento à Mulher, em Brotas e Periperi, seguem funcionando. “Toda a rede está trabalhando para que estas mulheres não fiquem desamparadas”, garantiu.

“O ideal é que a mulher que estiver sofrendo violência acione o 190, que a viatura mais próxima vai dar este suporte, e a partir daí ela vai até a delegacia solicitar a medida protetiva de urgência. As mulheres que já têm a medida protetiva de urgência já são acompanhadas pela Ronda, têm o contato direto”, frisou.

Flávia Barreto ressaltou ainda durante a entrevista que, após a solicitação de medida protetiva e deferimento da Justiça, dificilmente os agressores tentam aproximação com as vítimas.

Desafio

Questionada sobre o maior desafio em assumir o comando da Ronda Maria da Penha, a major Flávia Barreto afirmou que irá concentrar esforços para o trabalho preventivo não parar, como forma de conscientização coletiva.

“O desafio é fazer que os homens entendam que a mulher não deve ser agredida. Vamos continuar o trabalho até o dia em que a gente não precise mais ter a Ronda Maria da Penha, porque todos terão entendido que o respeito é a grande chave para que tenhamos sucesso na sociedade”, pontuou.

Fonte: A Tarde