Central de Embalagens poderá fechar unidade de Alagoinhas, mas terreno doado pelo município é patrimônio da empresa

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A Central de Embalagens (CE), empresa com foco no atendimento às cervejarias instaladas em Alagoinhas, poderá fechar sua unidade, mas o terreno no qual foi erguida a fábrica, que pertencia ao município, faz parte do patrimônio da CE, após doação proposta pelo governo cezista, aprovada pela Câmara de Vereadores. 

A doação definitiva do terreno foi uma das exigências dos proprietários da empresa para instalação da unidade em Alagoinhas. Dois anos após o início da produção, que começou no primeiro semestre de 2014, a CE está em estado crítico: não deposita os valores referentes ao FGTS desde junho de 2015; a maioria dos 90 trabalhadores já possuem duas férias vencidas; 100% da produção está paralisada há dois meses; os valores da cesta básica e do vale transporte não estão sendo repassados. 

Dez funcionários foram demitidos e ainda não receberam as verbas rescisórias. 

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Hoje pela manhã, na Câmara de Vereadores, Radiovaldo Costa (foto) se reuniu com “funcionários” e ex-funcionários da CE para discutir os encaminhamentos que assegurem os direitos trabalhistas. Uma das alternativas é ingressar na Justiça solicitando a demissão indireta, que é caracterizada quando uma empresa deixa de cumprir suas obrigações. “Amanhã, no final da tarde, realizaremos mais uma reunião, desta vez com a presença de um advogado, para encontrarmos os melhores caminhos que garantam os créditos dos trabalhadores”, afirmou Costa.

Segundo o vereador, a situação da empresa é crítica e a perspectiva de manutenção dos empregos é quase zero. “A matriz, situada em Osasco, mantém os salários em dia, mas também estaria enfrentando uma série de problemas financeiros”, pontuou.

Terreno

Para o marinista, a doação definitiva de terreno à margem da BR-101 à Central de Embalagens demonstra que o poder público precisa se cercar de mais garantias em suas estratégias para atração de empresas. “Neste caso, um patrimônio do povo de Alagoinhas foi doado e mesmo que CE vá embora, o terreno continuará integrando seu ativo e servirá como moeda de negociação com os credores”, salientou Radiovaldo.

Ele garantiu ter votado contra a doação. “Quando a proposta de doação do terreno chegou ao legislativo, eu e o vereador Luciano Sérgio afirmamos que a empresa estava colocando “a faca no pescoço da Prefeitura de Alagoinhas”, o que não tinha nenhum cabimento, e o tempo demonstrou que nossas posições estavam corretas”, disse, acrescentando “que o prejuízo ao erário poderá ultrapassar R$ 1 milhão”. 

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Fotos:

1 e 3: Alagoinhas Hoje

2: Assessoria do vereador Radiovaldo Costa

Maurílio Fontes

Proprietário, jornalista, diretor e responsável pelo Portal Alagoinhas Hoje

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