Candidatos ao governo da Bahia ajustam estratégias de campanha

Faltando 23 dias para o primeiro turno das eleições, os principais candidatos ao governo, Lídice da Mata (PSB), Paulo Souto (DEM) e Rui Costa (PT), reavaliam o quadro e realinham as estratégias para conquistarem os eleitores do estado.

As pesquisas dos últimos dias, as condições financeiras e as linhas de discursos dos adversários ajudam na composição das táticas de cada grupo. Na dianteira das avaliações feitas pelos institutos, Souto quer continuar se apresentando como a principal aposta para mudança. Apesar de seus coordenadores destacarem que os ataques não são o mote, esse elemento integra o tom de sua campanha.

É o que pode se notar em seu programa no rádio, na televisão e nos discursos nos comícios. Um dos coordenadores da frente para alavancar a sua candidatura é o prefeito ACM Neto (DEM). Além de aparecer mais nas inserções e nas atividades de rua, como ocorreu essa semana no populoso bairro da Liberdade, ele deve ser presença forte nas visitas ao interior baiano.

O prefeito liderou uma reunião com Souto e lideranças da Região Metropolitana de Salvador, no Hotel Portobelo, em Ondina, na última quarta-feira à noite, para animar a turma a continuarem na caça por votos.

O mapeamento do estado, com pontos, onde o democrata estaria precisando de mais empenho faz parte. Conforme o presidente estadual do DEM, José Carlos Aleluia, a campanha deve ser cada vez mais de “proximidade e de proposição”. “Uma campanha leve, onde não se gasta muito tempo atacando os adversários, mas, mostrando que o nosso candidato tem capacidade para fazer as mudanças necessárias ao estado que sofre hoje com a violência. O que as pessoas mais querem hoje é tranquilidade”, frisa, apontando que a segurança permeia o discurso.

 O líder democrata sinaliza a convocação dos concorrentes pela coligação as vagas na Assembleia Legislativa e Câmara Federal. “É muito importante à ação dos deputados que fazem questão de mostrar Paulo Souto, enquanto do outro lado eles fazem a campanha do eu sozinho”, alfineta.

Aleluia destaca que o perfil do postulante deve ser ressaltado. “É um homem simples, conhecido, um homem do interior, que tem vitalidade, está disposto a trabalhar muito”.

Sobre as ações de militância nas ruas, ele revela que “não há como competir” com a campanha petista. “Não poderemos nunca, pois os recursos deles são ilimitados e os nossos limitados. A luta é de Davi contra Golias. Iremos sim competir com propostas. Nossa proposta é de ação de governo naquilo que pode ser realizado”.

A desvinculação com a campanha nacional é um dos sinais apontados. Embora os coordenadores não toquem no assunto, a queda de Aécio Neves (PSDB) na corrida a presidência seria um dos motivos para não colar o tucano ao democrata.

“A eleição é estadual. Evidentemente que a queda da presidente Dilma influencia, mas a eleição é para governador do estado. A eleição de Neto mostrou que é possível essa autonomia, sendo um exemplo de que a campanha não deve ser nacional.”

Na campanha de Rui, a estratégia montada desde o inicio tem sido seguida à risca, segundo o coordenador de comunicação Andre Curvello. “É claro que no dia a dia, observamos e quando é preciso recuamos ou avançamos, mudando alguma coisa, mas estamos seguindo o ritmo, mantendo a mesma pegada propositiva”, diz.

A intensificação da agenda no interior também é apontada, além da mobilização junto às lideranças, a ampliação no número de entrevistas no rádio e a participação nos debates. “Estamos animados, pois temos percebido que tem dado certo, a partir do crescimento significativo nas pesquisas feitas pelos vários institutos”, exalta.

Sobre a imagem do governador Jaques Wagner (PT), principal apoiador da candidatura, Curvelo reitera que tem sido usada, embora os adversários apontem a ausência nas peças. “O governador tem participado de todos os comícios, fazendo um esforço sobre-humano, já que tem muitos compromissos institucionais e se divide na agenda de gestor e de cidadão”, afirma.

A figura da presidente Dilma Rousseff (PT) e do ex-presidente Lula devem permanecer nesta reta final, mostrando que todos compõem o mesmo projeto político.

 Segundo o coordenador, o perfil de Rui como um homem de origem simples continua sendo enfatizado. “Rui nasceu na Liberdade e estudou em escola pública, é um sujeito identificado com o povo. A campanha mostra de verdade a sua história”, frisa.

Na corrida para ampliar o seu eleitorado, Lídice da Mata também vai aumentar as visitas ao interior, a presença nos meios de comunicação e o corpo a corpo.

Apesar de ter sofrido uma queda nas pesquisas, não conseguindo colar nos resultados positivos da presidenciável Marina Silva (PSB), a socialista vai insistir na estratégia de se juntar a campanha nacional. Além disso, a concorrente vai lembrar ao eleitor as realizações de sua gestão à frente da prefeitura de Salvador.

De acordo com o coordenador geral da campanha, Antonio Carlos Tramm, é preciso mostrar que ela tem capacidade para administrar e não só legislar.

Tramm acredita que há uma “campanha suja” contra Marina, e que na Bahia, os adversários estariam manipulando as pesquisas para não mostrar o crescimento de Lídice.

“A principal meta é justamente continuar investindo numa tese programática. Rui é o candidato do que está aí e Souto é o candidato do que já esteve aí. Lídice é a candidata de um novo pensamento na política”, ressalta.

Segundo ele, serão mostrados, “a revolução no transporte, sendo ela a primeira no Brasil a implantar o smart card, o projeto Cidade Mãe, que ganhou título. Foi em sua gestão também o primeiro centro de saúde 24 horas”, cita.

Fonte: Tribuna da Bahia

 

Maurílio Fontes

Proprietário, jornalista, diretor e responsável pelo Portal Alagoinhas Hoje

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