Campos diz que governo federal precisa de humildade para reconhecer erros

Em resposta ao pronunciamento da presidente Dilma Rousseff, que alegou haver “guerra psicológica” contra a área econômica de sua administração, o governador de Pernambuco e presidenciável Eduardo Campos (PSB) disse que falta ao governo federal humildade para reconhecer erros.

“O Brasil tem problemas macroeconômicos que precisam ser enfrentados. Nós não precisamos esconder as deficiências”, disse Campos ontem (31), antes de entrar na Igreja Matriz de Casa Forte para uma missa de Ação de Graças.

“O pior erro na vida de uma pessoa, de uma comunidade, de uma organização e, sobretudo, de um país, é quando a gente não tem humildade para reconhecer as coisas que precisam ser consertadas”, afirmou o governador.

No domingo (29), durante seu último pronunciamento em rede nacional, Dilma disse que “o Brasil termina o ano melhor do que começou” e que “temos motivos também para esperar um 2014 ainda melhor do que foi 2013”.

Eduardo Campos disse que, nos últimos três anos, o crescimento do Brasil desacelerou e teve um desempenho pior que o de outros países.

“O mundo cresceu mais que o Brasil. A gente não pode sair botando culpa nos outros. A gente precisa ver qual é a culpa de todos nós. As questões econômicas precisam ser vistas com objetividade”, afirmou o governador, que anunciou que vai deixar o cargo em 4 de abril, prazo limite para desincompatibilização.

CAMPANHA DE FÉ

A homilia da missa de Ação de Graças celebrada pelo pároco de Casa Forte, Edwaldo Gomes, transformou-se em discurso político.

Para cerca de 170 pessoas, entre moradores do bairro nobre e secretários do governo e da Prefeitura do Recife, padre Edwaldo não poupou elogios a Campos e ao prefeito Geraldo Julio (PSB), que assistiu à celebração ao lado do governador, da primeira-dama, Renata Campos, e do vice-governador, João Lyra Neto (PSB).

“[Eduardo Campos e Geraldo Julio] se esforçam para fazer o bem”, disse o padre. “Graças a Deus temos dois governantes capazes de assumir as exigências de seus cargos”.

O pároco disse que os dois “fizeram e vão fazer muito mais” e mandou um recado para o vice-governador, que assume o Estado em abril, após a saída de Campos para disputar a Presidência. “Em abril, nosso governador vai alçar voos mais altos. Você [João Lyra] não estrague o que ele já fez”, afirmou.

O governador participou da cerimônia rezando, cantando, e carregando o material utilizado na eucaristia.

No final da cerimônia, o padre o convidou para ir ao altar e receber uma benção ao lado da mulher, aos sete meses de gravidez. Em seguida, a pedido do padre, o governador leu um trecho do Evangelho segundo Lucas.

Campos festejará o Ano-Novo com a família na casa de praia que tem em Jaboatão dos Guararapes, na região metropolitana do Recife.

Na quinta-feira (2), anunciará a reforma de seu secretariado. Além de perder secretários que disputarão cargos no ano que vem, o governo abrirá as portas para o PSDB, que anunciou que ocupará as vagas deixadas pelo PTB.

Os tucanos fazem oposição ao governo Campos na Assembleia Legislativa, mas o dirigente local do PSDB, deputado Sérgio Guerra, sempre foi próximo ao governador.

Fonte: Folha de São Paulo

Maurílio Fontes

Proprietário, jornalista, diretor e responsável pelo Portal Alagoinhas Hoje

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