Camargo Corrêa vai colaborar com investigações no setor elétrico

A construtora Camargo Corrêa firmou nesta sexta-feira (31) um acordo com o Cade (Conselho Administrativo de Defesa Econômica) e vai colaborar com as investigações de um cartel na licitação da usina nuclear de Angra 3, da Eletronuclear (subsidiária da Eletrobras).

Os indícios fornecidos pela construtora apontam que sete empresas –Andrade Gutierrez, Odebrecht, Queiroz Galvão, EBE, Technit, UTC, além da própria Camargo Corrêa– fizeram um conluio para “fixar os preços” e “dividir o mercado” entre si.

O acordo foi assinado em conjunto com o Ministério Público Federal do Paraná, que investiga a Operação Lava Jato. Na terça-feira (28), a Polícia Federal deflagrou a 16 fase da Operação Lava Jato, batizada de Radioatividade, com foco em contratos firmados pela Eletronuclear para as obras da Angra 3.

As investigações apontam que o presidente licenciado da Eletronuclear, o almirante reforma Othon Luiz Pinheiro da Silva, recebeu R$ 4,5 milhões em propina.

Funcionários e ex-funcionários da empresa também participam do acordo entre eles o ex-presidente Dalton dos Santos Avancini, que também se tornou delator nas investigações da Operação Lava Jato.

Pelo acordo de leniência, que já vinha sendo negociado há quatro meses, a Camargo Corrêa confessa sua participação, fornece informações e apresenta documentos que comprovem o alegado cartel. Por sua colaboração, a Camargo Corrêa pode escapar da multa pela prática de cartel ou até ter o valor reduzido em dois terços.

Maurílio Fontes

Proprietário, jornalista, diretor e responsável pelo Portal Alagoinhas Hoje

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