Bolsonaro é derrotado na tributária, mas aumenta fidelidade do PL
Jair Bolsonaro decidiu se engajar pessoalmente mais uma vez contra a reforma tributária. Na batalha, o ex-presidente usou sua arma habitual: o WhatsApp.
Nos últimos dias, deputados do PL foram bombardeados por mensagens com argumentos contra a regulamentação da reforma nos impostos. Alguns receberam ligações com apelos para que encorpassem o voto “não” ao texto apoiado pelo governo Lula.
Como no ano passado, quando tentou segurar a aprovação da reforma na Câmara e no Senado, o ex-presidente foi derrotado. A regulamentação da tributária passou com placar maiúsculo: 336 votos favoráveis, bem acima dos 257 necessários.
A insistência do ex-presidente em trabalhar contra a reforma fez o presidente da Câmara, Arthur Lira, visitar Bolsonaro horas antes da votação e tentar dissuadi-lo da campanha. O PL, no entanto, manteve a orientação pelo voto “não” da bancada.
Apesar da derrota no plenário, Bolsonaro conseguiu ao menos aumentar a fidelidade dentro do PL. O partido entregou desta vez 11 votos ao Palácio do Planalto. No ano passado, 20 deputados engrossaram o placar a favor da reforma. “Estamos melhorando”, brincou um parlamentar do PL após a abertura do placar.
Bolsonaro argumenta que a reforma irá aumentar a carga tributária do país e, por isso, sua tropa tem de se opor a ela. O discurso, porém, não para de pé, segundo alguns aliados. Ainda que não seja a reforma ideal, há méritos em simplificar o sistema atual, apontam. Essa visão no ano passado fez com que Bolsonaro entrasse em rota de colisão com o governador de São Paulo, Tarcísio de Freitas, que entrou em campo para minimizar a campanha do ex-presidente.
Fonte: O Globo