Avanço de Dilma no Datafolha ocorreu em quase todos os estratos

Na comparação com a pesquisa de junho, as intenções de voto na presidente Dilma Rousseff variaram negativamente em apenas um dos 21 estratos sociais apurados regularmente pelo Datafolha.

Foi entre os eleitores que vivem em famílias com renda mensal entre 5 e 10 salários mínimos. Nesse segmento de classe média, a petista oscilou de 28% para 26% –uma diferença dentro da margem de erro, que é de seis pontos neste subgrupo específico.

Às vezes dentro da margem de erro, às vezes um pouco acima dela, Dilma tem mais pontos agora do que na pesquisa anterior em 18 estratos: entre homens e mulheres, em todos grupos etários, em quatro das cinco regiões, nos municípios interioranos, entre eleitores com diferentes graus de escolaridade e nas outras quatro faixas de renda.

Nas áreas metropolitanas e no Norte do país, o desempenho é idêntico ao anterior.

Tudo isso indica que o crescimento de quatro pontos de Dilma nas intenções totais de voto, de 34% para 38%, foi pulverizado –na pesquisa finalizada quarta-feira (2), o senador Aécio Neves marcou 20% e o ex-governador de Pernambuco Eduardo Campos (PSB) alcançou 9%.

“Esse conjunto de dados mostra que o crescimento de Dilma foi consistente”, diz o diretor-geral do Datafolha, Mauro Paulino. “É fruto de algo que atingiu todas as camadas sociais. Reforça a ideia de que foi uma mudança geral de humor influenciada pelo clima da Copa”, completa.

A mesma pesquisa mostrou que o “orgulho de ser brasileiro” passou de 77% para 85% desde maio. A avaliação de que o Brasil é um lugar bom ou ótimo para se viver subiu de 64% para 72%.

Já o orgulho em relação à organização da Copa, alvo de grande desconfiança até a estreia do Mundial, é compartilhado por 60%. E a opinião favorável a respeito da realização do Mundial no Brasil também é crescente.

Esse pacote de otimismo teria influenciado até as avaliações econômicas, com melhoria das expectativas sobre inflação, emprego e renda.

Paulino compara esse fenômeno com outro que já é bem conhecido dos institutos de pesquisa: o sazonal aumento generalizado do otimismo no fim do ano, época de festejos, férias e incremento de renda com o 13º salário.

Editoria de Arte/Folhapress

DESTAQUES

A melhoria das intenções de voto em Dilma foi mais intensiva em alguns estratos específicos do eleitorado.

A presidente cresceu seis pontos nas cidades do interior (onde a margem de erro é de dois) e sete no Nordeste e entre os eleitores que têm entre 45 e 59 anos (onde a margem de erro é de quatro).

O Nordeste chama a atenção por ser a área onde Dilma já liderava com folga nas pesquisas anteriores. Em junho, ela tinha 48% na região –a segunda maior do país, com 27% do eleitorado. Agora, alcançou 55%, contra 11% de Campos e 10% de Aécio.

As mulheres também deram contribuição destacada para o avanço de Dilma. Entre elas, a petista avançou cinco pontos em um mês (a margem de erro, nesse caso, é de três pontos).

Para chegar a essas conclusões, o Datafolha realizou 2.857 entrevistas em 177 municípios na terça (1º) e na quarta (2).

Maurílio Fontes

Proprietário, jornalista, diretor e responsável pelo Portal Alagoinhas Hoje

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