Análise da íris é capaz de detectar doenças, traumas e até câncer

O ditado “o olho é o espelho da alma” – quem diria – tem fundamentos científicos. Os olhos, aliás, podem ser a janela para o corpo inteiro. Para isso, basta uma análise aprofundada da íris, a parte colorida dos olhos.  

Com o estudo dessa pequena parte do corpo – prática chamada de “irisdiagnose”, ou “iridologia” –, é possível detectar doenças, traumas, inflamações e até tumores em qualquer órgão. “Ao olhar a íris com uma lente de aumento, conseguimos ver que cada uma é diferente da outra. A íris é como se fosse uma representação do corpo humano. Algumas formações próprias indicam que há um problema em um determinado órgão”, explica o oftalmologista paulista Renato Leça, professor de oftalmologia da Faculdade de Medicina do ABC, em São Paulo, e especialista em iridologia.

Outro tipo de análise é capaz de apontar os padrões de comportamento da pessoa. É possível dizer se alguém é mais ansioso, descontraído, estressado, além de outras informações do aspecto emocional e psíquico.

“Uma possível explicação para essa representação do organismo na íris é o fato de ela ser formada a partir de um folículo embrionário que é o mesmo que forma as partes mais antigas do cérebro, como o tálamo. Tudo passa por ele, e a íris é sua representação”, afirma Leça. Por isso, ela poderia espelhar o que acontece pelo corpo.

Nas clínicas, a irisdiagnose é usada como um check-up. “Olhamos de uma forma geral como o paciente é. Depois, fazemos a análise da parte física em busca dos chamados “órgãos de choque” – partes mais frágeis do organismo, onde é mais provável a pessoa ter algum problema”. Caso alguma formação suspeita seja encontrada, o médico pede alguns exames e, dependendo dos resultados, encaminha o paciente para um especialista.

O tema ainda é polêmico. Em países como a Alemanha, a técnica já é reconhecida como uma área da medicina. No Brasil, a irisdiagnose é pouco conhecida e é encarada como uma prática alternativa. “O que nós achamos é que, enquanto médicos, nós perdemos muito por não usar essa ferramenta”, defende Leça.

História

 Há registros de uso da iridologia desde a antiguidade. Mas foi no século XIX que os primeiros registros científicos começaram a ser feitos, pelo médico húngaro Ignaz Von Peczely.

Nota do CFM

O Conselho Federal de Medicina (CFM) não reconhece a iridologia como uma ciência da prática médica. Em resolução do ano 2000, o conselheiro Pedro Pablo Magalhães Chacel, relator do processo-consulta, declara não ter dúvida em dizer que nenhuma das afirmativas da iridologia estão calcadas no conhecimento científico atual.

Maurílio Fontes

Proprietário, jornalista, diretor e responsável pelo Portal Alagoinhas Hoje

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