Água é tema do 5º Workshop do Programa Alagoinhas 2030

PROFESSOR URIEL

No mundo não vai faltar água nunca, a água sempre vai existir, agora o custo para que a gente possa ter a qualidade atual dela vai ficar muito maior”. Foi com essa afirmação que o titular em Recursos Hídricos e Geologia Ambiental da Universidade de São Paulo (USP), Uriel Duarte, apresentou a palestra ‘Água: patrimônio ambiental’, na noite de ontem, no auditório do Hotel Áster. A explanação foi a 5ª palestra do Programa Alagoinhas 2030 – “Plano Estratégico de Desenvolvimento Urbano a Longo Prazo”.

Por possuir um dos maiores e melhores aquíferos do Brasil o tema “água” teve uma parcela expressiva de participação popular e de representantes das secretarias envolvidas com o assunto. Na abertura do seminário, o prefeito Paulo Cezar falou sobre a importância da elaboração do plano estratégico e que a água de Alagoinhas tem papel prioritário no desenvolvimento da cidade. “Não poderíamos jamais elaborar um plano a longo prazo sem tratar desse bem precioso. Temos que pensar que é através desse recurso natural que depende as nossas vidas, nosso ciclo natural e, atualmente, o nosso desenvolvimento econômico”.

A idealizadora do programa, secretária de Infraestrutura e Planejamento Urbano, Sônia Fontes, acrescentou sobre a necessidade de pensar, não somente, na manutenção e preservação desse aquífero, mas em um ciclo como um todo “seja com o descarte e tratamento dos resíduos sólidos, a recuperação dos lagos e rios, a utilização consciente da água, a preservação do solo e ampliação das redes de esgotamento sanitário e drenagem.

O professor Uriel Duarte dividiu a palestra em duas partes. No primeiro momento apresentou a necessidade do uso racional e sustentável dos recursos hídricos. Discorreu sobre a questão da racionalidade (usar a razão e o conhecimento para a obtenção de algo desejado) e da sustentabilidade (qualidade obtida em uma ação/empreendimento que seja sustentável e duradouro ao longo das futuras gerações).

Apresentou como ocorre o ciclo hidrológico e reiterou que os problemas são inevitáveis. “Os problemas hidrológicos vão se tornando complexos sob a influência do crescimento rápido, da demanda e dos riscos cada vez maiores e mais frequentes de poluição e/ou contaminação”. A necessidade da mudança de paradigmas, através de processos pontuais (saneamento, tratamento das águas, efluentes e o reuso ‘esgotos e resíduos’), e os processos difusos com a ampliação da disponibilidade de recursos hídricos e captação e manejo das bacias hidrográficas.

Já no segundo momento comentou sobre as políticas públicas que estão sendo desenvolvidos pela União, estados e municípios. De acordo com o professor, é necessário que essas políticas garantam a sustentabilidade do espaço após a ocupação pela população, com definição de regras e ocupação que preservem condicionantes da natureza. Permitindo assim, sistema de transporte, abastecimento, drenagem urbana, coleta, processamento e reciclagem de resíduos.

O abastecimento de água deve ser feito através de fontes confiáveis e que não tenham sido contaminadas; o esgotamento sanitário deve ser tratado para que a água a ser consumida esteja apropriada ao consumo, o sistema hídrico tenha condições de recuperação e a drenagem urbana deve preservar as condições naturais de infiltração.

Fonte: Secretaria Municipal de Comunicação – Foto: Amilton André

Maurílio Fontes

Proprietário, jornalista, diretor e responsável pelo Portal Alagoinhas Hoje

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