Acre: Polícia investiga vendas de unidades habitacionais do Minha Casa, Minha Vida

WHERLES FERNANDES DA ROCHA 1

A Polícia Civil do Acre investiga a venda de unidades do Programa Minha Casa, Minha Vida. Ao afirmar que assessores do governo acreano estão envolvidos em irregularidades, o deputado federal Wherles Rocha (foto), do PSDB, pediu que haja  rigorosa  investigação e que os culpados sejam punidos.

O deputado pediu também a intervenção da Polícia Federal. 

A solicitação do parlamentar do Acre foi veiculada no programa A Voz do Brasil, edição de ontem (24), em espaço radiofônico da Câmara dos Deputados. 

Matéria

Em matéria publicada em 26 de abril, o portal G1 denunciou a comercialização de unidades habitacionais do programa Minha Casa, Minha Vida no Acre. 

Leia abaixo a matéria: 

Servidora recebia dinheiro de casas populares no banheiro de secretaria 

O esquema de fraude em casas populares no Acre movimentava o dinheiro dentro da própria Secretaria da Habitação do Acre (Sehab), segundo informou a Polícia Civil nesta segunda fase da Operação Lares, que desmantelou uma fraude na entrega de casas em conjuntos populares no estado.

Apontados como tendo envolvimento no esquema, os servidores da secretaria facilitavam e ganhavam dinheiro na venda dos imóveis.

O delegado responsável pelo caso, Roberth Alencar, informou que uma das suspeitas, Cícera Silva, recebia o dinheiro da fraude dentro do banheiro da secretaria.

“A Cícera ganhava dos dois lados, como ela via o esquema na Sehab, ela arregimentou pessoas para vender. Então, ela vendia as casas e o dinheiro era entregue dentro do banheiro da secretaria”, disse o delegado durante coletiva na manhã desta terça-feira (26).

A segunda fase da Operação Lares, nesta terça-feira (26), prendeu os diretores executivo e social da Secretaria de Habitação do Acre (Sehab), Daniel Gomes e Marcos Huck, respectivamente. Além da ex- funcionária terceirizada Cícera Silva e a empresária Rossandra Lima, todos apontados pela polícia por envolvimento no esquema que negociava casas populares no Acre.

Mais de 100 pessoas foram ouvidas durante a operação e foi identificada a venda de 40 unidades habitacionais do programa Minha Casa, Minha Vida. Na segunda fase da operação, a polícia cumpriu seis mandados de busca e apreensão e prendeu quatro pessoas, entre elas, dois diretores da Sehab. Além disso, cinco veículos foram apreendidos, que teriam sido comprados com dinheiro do esquema.

O delegado responsável pelo caso, Roberth Alencar, afirmou que o esquema de venda de casas populares movimentou R$ 1 milhão no estado do Acre. Alencar disse ainda que as investigações continuam, já que há indícios da participação de mais pessoas, incluindo outros servidores da Sehab.

Esquema

A Polícia Civil mostrou um esquema de como cada suspeito agia no esquema de vendas das casas populares. De acordo com Roberth Alencar, as casas eram vendidas por R$ 5 mil a R$ 30 mil em conjuntos populares, principalmente no Rui Lino.

“Temos diversos servidores públicos e empresários que estão em posse de imóveis que deveriam ser destinados a pessoas carentes. É mais do que um prejuízo financeiro, é um prejuízo social. Esse é um esquema que vem sendo praticado há alguns anos dentro da secretaria”, destacou.

De acordo com a polícia, o diretor executivo Daniel Gomes direcionava para quem as casas deviam ser vendidas e determinava a localização dessas casas. “Uma mulher que tem um filho dele tem uma casa, uma amante também. Tudo isso ele direcionava de acordo com o poder que cabia a ele”, explica.

O diretor social Marcos Huck é apontado como aquele que fazia a montagem dos processos e autorizava a fraude. A polícia explica que Huck determinava a venda do imóvel e Cícera, a ex-funcionária terceirizada, cumpria as ordens fraudando documentos para o sorteio das casas. Uma babá do diretor foi contemplada com uma das casas.

Já a empresária Rossandra Lima teria sido recrutada por Cícera e ganhava dinheiro em cima do preço estipulado pela ex-funcionária. “Por exemplo, se uma casa era passada por R$ 5 mil, a Rossandra vendia por R$ 15 mil e ganhava em cima da venda”, destaca.

Operação Lares

A primeira fase da Operação Lares, da Polícia Civil e Ministério Público do Acre (MP-AC), foi deflagrada em fevereiro deste ano e tem como objetivo desmantelar um esquema de fraude na entrega de casas populares no estado.

No primeiro momento, oito pessoas foram ouvidas e cinco mandados de busca foram cumpridos em Rio Branco. Entre os suspeitos, estavam uma funcionária da Secretaria de Habitação do Acre (Sehab) e um servidor lotado na Junta Comercial.

A ‘Operação Lares’ teve sua primeira fase concluída, que foi a obtenção de provas para fortalecer o inquérito.

 

Maurílio Fontes

Proprietário, jornalista, diretor e responsável pelo Portal Alagoinhas Hoje

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