A vez do futebol no panteão da corrupção
O senador Otto Alencar (PSD) brada aos quatro ventos uma verdade: o escândalo do Conselho Administrativo de Recursos Fiscais (Carf), em volume de dinheiro, é bem maior do que o do petrolão.
– Envolve algo em torno de R$ 600 bilhões. Na Lava Jato estimam-se R$ 10 bilhões.
A CPI dos Zelotes, que ele integra, já está instalada, com apoio do MPF e da PF. E por que a mídia pouco liga para ela?
Por uma razão. Não tem políticos no meio. Só envolve empresários e funcionários públicos, personagens que não dão Ibope.
O senador Romário (PSB) conseguiu emplacar a CPI do Futebol. Esta, sim, com recursos bem menores do que a Lava Jato, mas com capacidade, pelas celebridades envolvidas, de render muito barulho.
Aliás, a zoada já começou. Estão dizendo que Romário muito se empenhou em criar a CPI para se vingar de Ricardo Teixeira, ex-presidente da CBF, que teria pressionado Felipão a não convocá-lo em 2002 para a Copa do Japão-Coreia, quando o Brasil ganhou o seu último título.
Em suma, a mistura do ti-ti-ti do futebol com as futricas políticas dá um bom caldo.
Riqueza e pobreza – Aliás, o futebol brasileiro no particular assumiu nos últimos tempos uma característica bem peculiar: a maioria dos clubes endividados, a CBF, com dirigentes que se eternizam, endinheirados e a decadência em campo.
Fonte: Coluna Tempo Presente/A Tarde