Vendas no varejo baiano caem 13,1% no 1º semestre

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As vendas do comércio varejista baiano encerraram o primeiro  semestre do ano com uma queda de 13,1%. Foi o terceiro pior desempenho do país, atrás apenas do Amapá (-20,9%) e Sergipe (-14%), conforme pesquisa divulgada nesta quarta-feira, 10, pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE). De acordo com o levantamento, o segmento de livros, jornais, revistas e papelaria foi o único  a fechar o semestre com taxa positiva no estado: 1,6% de alta.

As perdas do varejo baiano de janeiro a junho foram puxadas pelo segmentos  de  eletrodomésticos (-19%), equipamentos e materiais para escritório, informática e comunicação (-18,9%), combustíveis e lubrificantes (-17,2%),  tecidos, vestuário e calçados (-15,6%) e hipermercados e supermercados (-6,6%).

A pesquisa mostra  ainda que o varejo baiano sofreu uma queda de 13,3% em junho em relação a igual mês do ano passado. Na comparação com maio deste ano o recuo nas vendas chegou a 9%.  De acordo com análise da  Superintendência de Estudos Econômicos e Sociais da Bahia (SEI),  “a manutenção da trajetória de queda do comércio varejista, na Bahia, período em que as vendas costumam ser intensificadas em função da comemoração do São João e do Dia dos Namorados é atribuída ao comprometimento da atividade econômica”.

A entidade afirma ainda que “esse comportamento das vendas no comércio revela que o setor ainda não foi sensibilizado por essa melhora nos níveis de confiança, já que as condições financeiras mais rígidas dadas as altas taxas de juros, inflação elevada, restrição ao crédito, associado à retração no mercado de trabalho continuam influenciando o comportamento do setor”. Outro aspecto ressaltado pela SEI  é a alta da inadimplência, uma vez que esgotaram a sua capacidade de pagamento, bem como a continuidade do aumento da inflação.

País

A pesquisa do  IBGE mostrou que nacionalmente  o comércio cresceu 0,1% em junho, em relação ao mês anterior. Em maio, havia sido registrada queda de 0,9%. Já na comparação com junho de 2015 as vendas recuaram 5,3%: a 15ª taxa negativa seguida nesta base de comparação. A intensidade do recuo, no entanto, é menor que a de meses anteriores. No primeiro semestre de 2016, o varejo acumulou queda de 7% em relação a igual período de 2015. Nos 12  meses encerrados em junho, a perda foi de 6,7%. Ambas as taxas foram as piores da série histórica.

“Os sinais de melhora nos índices de confiança do consumidor ainda não foram convertidos em consumo. Para além das expectativas, é preciso ter renda circulando para o consumo ocorrer”, afirma Isabella Nunes, gerente da coordenação de serviços e comércio do IBGE.  Ela lembra que o mercado de trabalho se enfraqueceu no passado recente. A massa de rendimentos – soma da renda de todos os trabalhadores  –  ainda subia no segundo trimestre de 2015, com alta de 1,6%, mas teve perda de 4,9% no segundo trimestre deste ano.

Na avaliação de Fábio Bentes, economista sênior da Confederação Nacional do Comércio (CNC), a desaceleração da inflação nos próximos meses deve ajudar a impulsionar setores como supermercados, artigos de farmácia e combustíveis.

“Devemos ver no segundo semestre alguma reação nos segmentos mais ligados a renda, mas não a crédito”,  diz ele. Com peso de 50% no varejo, o setor de hipermercados, supermercados, produtos alimentícios, bebidas e fumo teve recuo de 0,4% das vendas em junho e foi a principal pressão para baixo no resultado. O desempenho vem sendo prejudicado pelo salto na inflação de alimentos, que era de 9,3% nos 12  meses encerrados em junho de 2015, mas acelerou para 14,7% nos 12  meses encerrados em junho.

Fonte: A Tarde

Maurílio Fontes

Proprietário, jornalista, diretor e responsável pelo Portal Alagoinhas Hoje

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