A ribalta foi o grande erro de Eduardo Cunha – Maurílio Fontes

EDUARDO CUNHA

A política, desde os primórdios, contém traços relevantes de teatralidade e a ribalta é o espaço que muitos almejam para coroar trajetórias, inserir seus nomes na história de um país, estado ou município.

Ribalta indica visibilidade, interesse da mídia, vida privada esquadrinhada. Para muitos, algo suportável. Para outros, entretanto, é como se o sol clareasse a face fantasmagórica dos vampiros, que viram pó quando o astro rei entra em contato com seus corpos.

Permanecer distante da luz direcionada aos chefes dos poderes da República teria sido a mais conveniente estratégia de Eduardo Cunha, que apostou alto demais e nos primeiros meses de gestão na Câmara dos Deputados arrebatou corações e arrebanhou seguidores que acreditaram ter encontrado o contraponto à histórica hipertrofia do Executivo frentes às duas casas legislativas nacionais.

Em diversas oportunidades, ao emparedar o governo, o deputado demonstrou aptidão estratégica e capacidade de leitura em fina sintonia com os desejos e rebeldia dos deputados federais. Mas quando seu caso veio à tona, optou por respostas evasivas e a cada dia sua situação se complica.

O mandato está por um fio. Sua filha e a esposa correm sérios riscos e podem ser presas em nova etapa da Operação Lava Jato, que segundo comentários em Brasília e no Paraná, deverá acontecer nos próximos dias.

Cunha deveria ter ficado nas sombras. A ribalta exige muito mais do que ele tem a oferecer. Ou a esconder. Suas supostas operações não resistem aos holofotes.

Cunha seria o alvo indireto de suma suposta operação, porque na condição de detentor de mandato, ele só pode ser atingido por ação do Supremo Tribunal Federal.

Vivemos uma quadra histórica no país e não se vê uma luz no fim do túnel. Novos tempos virão. Tomara que com novas figuras públicas na política. 

Foto: Exame

Maurílio Fontes

Proprietário, jornalista, diretor e responsável pelo Portal Alagoinhas Hoje

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