Fim de outono, um alívio para ACM Neto

O outono, a estação do ano das chuvas pesadas em Salvador, chega ao fim depois de amanhã. E o de 2015 não deixa saudades: 20 mortos, mais de dois mil desabrigados e, de quebra, uma cidade esburacada.

Pergunta-se se na campanha eleitoral de 2016 ACM Neto será acusado da tragédia. No vale-tudo do jogo político, provavelmente sim. Para quem tem a obrigação de informar corretamente, responsabilizar Neto só tem duas explicações: ignorância histórico-sociológica ou picuinha política.

A história de Salvador é pontuada de tragédias em encostas, a maior delas em 1971, quando o prefeito de Salvador era Clériston Andrade e o governador, ACM: 101 mortos, mil desabrigados, 1.400 imóveis destruídos.

A mais retumbante em 1671, o primeiro com vítimas: 30 mortos, uma tragédia monumental numa pequena cidade com pouco mais de 12 mil habitantes.

De lá para cá a cidade cresceu, a ocupação também, o quadro se complicou.

Nesse cenário, Neto é muito mais azarado do que culpado. Além disso, água demais causa tragédias e enchentes, mas nunca turbulência política nem aqui nem alhures.

Ademais, água ainda vai dar muita briga política. Mas água de menos, não demais.

Fonte: Coluna Tempo Presente/Jornal A Tarde

Maurílio Fontes

Proprietário, jornalista, diretor e responsável pelo Portal Alagoinhas Hoje

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