Os trabalhos de Hércules de Raimundo Queiroz – Maurílio Fontes
Raimundo Queiroz, chefe de Gabinete da Prefeitura de Alagoinhas, usou seu recente perfil no Instagram para desmentir boatos de que a reunião com dois “próceres” do grupo do deputado federal Paulo Azi teve conteúdo político.
RQ afirmou que as tratativas com o conselho da igreja de São Francisco giraram em torno da recuperação estrutural do santuário, marca registrada da história de Alagoinhas.
A foto com Marco Antunes e o vereador Luciano Almeida gerou uma série de especulações sobre possível aliança entre os grupos do prefeito e do deputado federal na eleição do próximo ano, tendo Raimundo Queiroz como cabeça de chapa.
Absurdo!, diria a leitora/ o leitor menos atenta/atento às movimentações políticas de Alagoinhas.
Nenhum.
Saiba, cara leitora /caro leitor que o analista não está impregnado por nenhuma desrazão ao supor tal aliança, visto que o ex-prefeito Paulo Cezar, candidato natural do grupo do deputado federal Paulo Azi, enfrenta e enfrentará problemas praticamente insanáveis em termos de imagem após a primeira condenação e uma segunda (muito provável) decisão em seu desfavor, que desabonará de forma impactante sua longa carreira política, iniciada com a vitória em 1988 para a Câmara de Vereadores.
Ademais, pelo seu jeito fleumático, RQ tem simpatia de alguns nomens vinculados ao deputado federal Paulo Azi, claramente indispostos para cerrar fileiras em prol de Paulo Cezar, que disputaria a sétima eleição ao Executivo (em 1996 foi vice na chapa encabeçada pelo advogado Harnoldo Azi).
Proximidade gera diálogo, e diálogo, a depender das circunstâncias, resulta em possibilidades aparentemente absurdas em dado momento. Tudo é possível na busca pelo poder.
Quando se nega o óbvio ululante do mestre Nelson Rodrigues pode-se depreender que há mais do que fumaça no ambiente político/eleitoral.
Além de ser chefe de Gabinete, RQ é pré-candidato ao Executivo, representou o prefeito na reunião, fato institucional que não permite contestação, e estava no encontro em nome da deputada estadual Ludmilla Fiscina (em função de sua agenda), em rotina hercúlea, recentemente impregnada pelo desejo de ser o escolhido (ou ungido) pelo prefeito para disputar a eleição majoritária como cabeça de chapa.
RQ certamente não tem a força e a destreza do personagem da mitologia grega, mas tal qual Hércules, enfrentará missões dificílimas.
Na “mitologia política alagoinhense” tem lugar para RQ prefeito?
