Hegemonia de MDB e PSDB nos municípios será colocada em xeque nas urnas

Eles são os partidos que mais elegeram prefeitos no Brasil nos últimos 20 anos. Mas sofreram um forte revés há dois anos e agora correm o risco de perder o protagonismo nos municípios nestas eleições de 15 de novembro.

O MDB e PSDB terão no pleito deste ano o seu principal teste de força dentre todas as eleições realizadas neste século.

Desde 2000, MDB foi o partido que elegeu mais prefeitos no país em todas as cinco eleições municipais, sempre em um patamar acima de 1.000 prefeitos. Em 2016, saiu das urnas com 1.049 gestores municipais.

Já o PSDB foi o segundo partido do país com maior número de prefeitos em todas as eleições desde 2004 e no último pleito venceu em 805 municípios.

Tucanos e emedebistas vivem um momento difícil desde 2018, quando os dois partidos registraram forte queda na votação para a Câmara dos Deputados: o MDB caiu de 66 para 34 deputados federais e o PSDB caiu de 54 para 29.

Os partidos também sofreram um revés no número de prefeitos por meio da migração partidária na atual legislatura. O MDB, que elegeu 1.049 prefeitos em 2016, caiu para 897. O PSDB caiu de 805 para 702 prefeitos.

Ao mesmo tempo, legendas como PSD e PP estão entre as que mais avançaram no mesmo período e encostaram no MDB e PSDB em número de prefeituras. O PSD chegou a 672 prefeitos e o PP a 632.

Presidente nacional do MDB, o deputado federal Baleia Rossi (SP) diz que o partido tem como meta para este ano eleger o maior número de prefeitos, vice-prefeitos e vereadores dentre todos os partidos do país.

Ele afirma que um bom desempenho na eleição municipal poderá, daqui a dois anos, representar o retorno de uma bancada mais forte no Congresso Nacional, já que os prefeitos costumam ser os principais cabos-eleitorais na eleição para a Câmara e o Senado.

“O resultado da eleição municipal demonstrará um MDB forte. Nosso partido tem uma capilaridade enorme, além de ser o partido com mais candidatos na eleição deste ano”, afirma Rossi.

Ele ainda diz não ver um desgaste na imagem da legenda e credita a redução da bancada federal na eleição de 2018 à polarização na eleição presidencial entre o PT de Fernando Haddad e o então PSL de Jair Bolsonaro, que teria impactado os resultados da eleição para a Câmara.

O desempenho dos partidos nos grandes centros também é encarado como um termômetro para 2022. Em 2016, o PSDB foi o maior vitorioso nas maiores cidades do país, passando a governar 50,3 milhões de brasileiros nos municípios a partir do ano seguinte.

Na eleição deste ano, a meta do partido é manter o mesmo patamar, governando nas cidades cerca de um em cada quatro brasileiros.

“Estamos perseguindo manter o lugar de maior partido em número de brasileiros governados e fortalecer o partido como uma opção do centro político para o eleitor”, afirma o secretário-geral do PSDB, deputado federal Beto Pereira (MS).

Fonte: Folha de São Paulo

Maurílio Fontes

Proprietário, jornalista, diretor e responsável pelo Portal Alagoinhas Hoje

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