Encourados mudam de lado. Agora protestam
Tradicionalíssimas figuras do desfile de 2 de Julho, sempre à frente, puxando o cortejo, os Encourados de Pedrão, um grupo de vaqueiros de Pedrão (região de Alagoinhas) que na independência partiu para a guerra contra os portugueses, estão fora da festa.
Ou melhor, mudaram de lado. Ao invés de manter a tradição, passaram a engrossar o time dos que vão lá protestar.
Estão fora porque o Ministério Público investiu, e conseguiu proibir, a participação dos cavalos que eles montavam.
Ano passado, não vieram. O grupo, normalmente de 40 vaqueiros, ontem resolveu ir trajando suas roupas de couro, mas apenas nove deles, portando os cartazes:
Vaqueiro sem cavalo.
Vaqueiro não maltrata cavalo.
Antonio Carneiro, um deles, resumiu o sentimento do grupo:
— Estão acabando nossa maior alegria.
Pois é. Pode ser que na prática do MP esteja o embrião do pleno respeito aos animais. Os vaqueiros é que resistem em entender: a partir da experiência deles, temos dois grupos, o dos que não se pode nem montar e o dos que se pode matar e comer.
Cavalaria —No desfile ontem haviam cinco cavalos, com os respectivos cavaleiros, representando a Cavalaria da PM.
Já que perguntar não ofende, por que o MP não investe contra a PM?
Os porcos — Popularmente chamado de Porquinho, o jornalista Roberto Messias, secretário de Comunicação de ACM Neto, ouvia ontem o queixume dos Encourados:
— Eu só espero que o Ministério Público olhe os porcos também.
Fonte: Coluna Tempo Presente/A Tarde