Weintraub deveria seguir protocolo de ministro demitido por Vargas – Elio Gaspari
Abraham Weintraub, ministro da Educação de Bolsonaro, perdeu a cadeira em 2020 e ganhou um prêmio de consolação no Banco Mundial. Voltou ao Brasil, quer ser governador de São Paulo e atirou no chefe.
Contou que Bolsonaro lhe disse que “você vai ter que entregar o Fundo Nacional de Desenvolvimento da Educação para o Centrão.” Sempre de acordo com sua versão, Weintraub reclamou e procurou adiar a entrega, até que foi “expulso” do ministério.
Antes de sua saída eram públicas as benevolências do FNDE. Enquanto esteve no governo notabilizou-se por querer mandar para a cadeia ministros do Supremo. Nunca mencionou larápios que bicavam no Fundo.
Ele e todos os doutores que saem do governo, sem apresentar fatos que justifiquem seus descontentamentos, deviam seguir o protocolo do baiano Simões Filho.
Ele era ministro da Educação e estava na França em 1953, quando foi demitido por Getúlio Vargas. De volta ao Brasil, foi cercado por jornalistas interessados em pescar queixas.
Repeliu-os com uma lição: “Eu perdi o ministério, mas não perdi a educação”.
Fonte: Folha de São Paulo – Foto de Ernesto Simões Filho