Revelações de Pallocci e dinheiro de Geddel marcaram o 7 de Setembro

O vice-governador João Leão (PP) e o prefeito de Salvador ACM Neto (DEM) comentaram nesta quinta, durante o desfile do 7 de Setembro, no Campo Grande, os últimos fatos políticos que chocaram o país: as revelações bombásticas do ex-ministro Antonio Pallocci (PT) sobre um “pacto de sangue” envolvendo negociatas entre o ex-presidente Lula e o empresário Emilio Odebrecht e a descoberta, pela Polícia Federal, de R$ 51 milhões em um apartamento usado pelo ex-ministro Geddel Viera Lima (PMDB), que está cumprindo prisão domiciliar em Salvador.

Governador em exercício, já que Rui Costa (PT) só retornaria à noite da viagem oficial à China, João Leão disse que as declarações de Pallocci devem ter impacto sobre as eleições gerais de 2018, mas não acredita que possam trazer prejuízos à reeleição de Rui.

“Hoje a política brasileira, infelizmente, vive um momento dificílimo, com grande líderes políticos do PSDB, PT, PP, PMDB, PSD passando por problemas”, afirmou Leão. “Mas Rui é à parte, uma política totalmente à parte (das denúncias de corrupção). O governo da Bahia caminha sozinho e bem”.

Para o pepista, as revelações do ex-ministro devem ser investigadas. “O sujeito diz muita coisa, mas tem de provar que é verdade. A palavra só não vale nada”, ponderou Leão.

Geddel e o PMDB

Questionado se as denúncias contra Geddel, seu aliado político, podem afetar sua gestão e comprometer sua imagem, o prefeito ACM Neto, respondeu: “Em nada”. E indagou : “Quem é o prefeito da cidade?”. Neto é provável adversário de Rui Costa na disputa pelo governo em 2018 e o PMDB o principal partido da sua base, sendo representado no governo municipal pelo vice-prefeito Bruno Reis.

O democrata disse acreditar no trabalho da Polícia Federal e da Justiça, e cobrou celeridade nas investigações para que se chegue logo à conclusão da origem e propriedade dos recursos apreendidos pela PF.

“A lei vale para todos, do partido A, partido B; não interessa se é adversário ou aliado”, defendeu Neto, afirmando que não pretende tirar conclusões precipitadas “nem passar a mão em qualquer atitude errada”.

O vice-prefeito Bruno Reis, que foi indicado para o cargo por Geddel, também descartou danos ao PMDB na Bahia, com as graves denúncias contra a maior liderança do partido no estado. “Geddel já havia saído da vida pública, já não estava mais à frente do partido, não estava mais participando do dia a dia da política. Cada um tem seu perfil, seu modo de trabalhar, não creio que haja esse tipo de contaminação”, afirmou o vice-prefeito.

Desde a prisão de Geddel, o PMDB vem sendo presidido interinamente pelo deputado estadual Pedro Tavares. Alguns filiados já falam em tirar o comando do partido de Geddel e do seu irmão, o deputado federal Lúcio Vieira Lima, temendo a rejeição do eleitor à sigla na eleição do próximo ano, ou mesmo uma debandada de prefeitos.

Bruno Reis argumentou que não é o momento de se focar em eleição, mas elogiou a gestão de Pedro Tavares à frente do partido, que, segundo ele, já vem promovendo a renovação de seus quadros e atraindo novas lideranças para o PMDB.

 

Fonte: A Tarde

Maurílio Fontes

Proprietário, jornalista, diretor e responsável pelo Portal Alagoinhas Hoje

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