PSDB dá trégua em briga interna para se reafirmar oposição

Aécio Neves, senador tucano, diz oo momento não é propício para disputas internas no partido

No domingo (5), os tucanos realizarão, em Brasília, a convenção nacional do partido que deverá reconduzir o senador mineiro Aécio Neves à presidência da legenda em uma chapa de consenso entre as correntes.

O deputado Sílvio Torres, aliado do governador de São Paulo, Geraldo Alckmin, assumirá o posto de secretário-geral do partido, segundo posto na direção da legenda, hoje ocupado pelo deputado Mendes Thame. Já o ex-deputado José Aníbal passará a presidir o Instituto Teotônio Vilela.

O clima é de trégua. Os tucanos não querem que a briga sobre a escolha do nome para disputar a presidência da República em 2018, contamine a tentativa de unir o partido e se cacifar como primeira alternativa ao governo do PT.

“Esta não é a nossa agenda”, diz Aécio ao iG. “Não tem sentido. O PSDB, ao final, estará unido para construir um novo projeto para o Brasil”, prevê o senador. “Este momento é hora de reafirmar nossas teses, nossos princípios, nossos compromissos”, afirma o tucano.

“O PSDB está unido. Há consenso”, confirma o deputado Jutahy Magalhães (BA), aliado de primeira hora do senador José Serra (SP).

Que a briga ocorrerá, ninguém tem dúvida, já que Aécio e Alckmin alimentam o projeto de se candidatarem à sucessão da presidente Dilma Rousseff. No entanto, a disputa pelo controle do partido neste momento só renderia prejuízo.

Para Aécio, o grande desafio do PSDB nos próximos anos será capitalizar os votos dos descontentes com o governo. Os mais jovens formam o público alvo do partido. “Esta convenção de domingo vai encontrar o PSDB talvez em seu melhor momento. Um partido reconciliado com setores da sociedade, do qual ele estava muito distante, principalmente os jovens”, analisa o senador.

“As pesquisas últimas mostram que há um crescimento na preferência pelo PSDB, enquanto há um derretimento na preferência pelo PT, nosso maior adversário. Nada melhor para que o PSDB mostre quer tem um projeto para o País, mais elaborado e acabado que qualquer outro partido político”, considera Aécio.

Outro conceito identificado nas pesquisas e que tem norteado o encontro tucano refere-se aos pedidos de impeachment da presidente Dilma Rousseff. As consultas qualitativas apontam que apesar de aparecer entre os mais jovens a revolta em relação ao governo, o impeachment é um desejo minoritário entre a população e não deve ser, uma defesa na convenção tucana.

Os tucanos também perceberam o arrefecimento deste movimento nas ruas e recuaram da estratégia de embarcar em ações para cassar o mandato da presidente.

Aécio tem tratado o assunto com cautela. “O sentimento geral no País é de que a presidente terá muitas dificuldades para garantir a governabilidade. Nós não vamos nos antecipar porque o afastamento de uma presidente da República é algo muito traumático. É algo que só pode ocorrer se as condições políticas e jurídicas se encontrarem”, afirma o tucano, que não deixou de ressaltar as críticas em relação a condução de País.

“O que me parece é que a cada dia que passa, o governo faz um esforço enorme para não terminar este mandato”, opina o senador.

Fonte: iG

Maurílio Fontes

Proprietário, jornalista, diretor e responsável pelo Portal Alagoinhas Hoje

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