Pré-candidato à Presidência, Campos diz que Rio vive crise política

O governador de Pernambuco e pré-candidato do PSB à Presidência da República, Eduardo Campos disse que o partido busca independência ao deixar o governo Sérgio Cabral, no Rio. Para ele, há uma crise política no Estado.

“O Estado do Rio vive uma crise política. Essa é uma posição da direção estadual. Dentro do partido já havia um debate sobre isso. A ideia é construir com outras forças políticas dentro do nosso campo. Por tudo o que o Rio representa nós temos que formar um caminho”, afirmou Campos que minimizou o possível enfraquecimento do partido ao entregar cargos no governo federal.

“Não há crescimento sem dor. O PSB está crescendo em conteúdo, em sinergia com a sociedade, em qualidade de quadros que chegam para nos ajudar”, afirmou o governador de Pernambuco no evento que marcou a estreia do deputado federal Romário como presidente do diretório do Rio em substituição ao prefeito de Duque de Caxias, Alexandre Cardoso.

Romário chegou a anunciar a saída do PSB mas voltou atrás com a intervenção nacional no diretório do Rio, o que levou à saída de Cardoso e de mais seis dos oito prefeitos eleitos pelo partido ano passado no Rio. Dos cinco deputados estaduais que integram o partido na Assembleia Legislativa do Rio quatro devem acompanhar Cardoso para um novo partido. A definição deve acontecer nesta sexta-feira, véspera do prazo final para mudança partidária para quem for disputar as eleições de 2014. O mais provável é que Alexandre Cardoso e seu grupo seja o PMDB, do governador Sérgio Cabral.

“A nossa divergência com eles é que não podemos compactuar com esse governo. Helicópteros transportando totós e lulus ou festas em restaurantes luxuosos em Paris. Enquanto isso, os professores estão sem reajuste”, disse Roberto Amaral, vice-presidente do partido e que participou da intervenção no diretório do Rio ao falar a correligionários sobre escândalos envolvendo o governo de Sérgio Cabral no último ano que revelaram o uso do helicóptero do governo do Rio para transportar os cães da família em viagens de fim de semana até a fotos que vieram a público de integrantes do governo Cabral junto a empresários como Fernando Cavendish, em Paris.

O deputado federal Romário fez questão de garantir que não há nenhum acordo definido para 2014 com qualquer partido no Rio. O PSB não definiu se terá candidato próprio ao governo do Rio ou se participará de alguma aliança.

Caciques do PR do deputado federal e ex-governador Anthony Garotinho defendem a aproximação com o PSB após o rompimento com o governo Cabral.

O possível acordo com o PR levou a juventude do PSB a escrever uma carta e informar que deixará o partido caso aliança com Garotinho se confirme.

“O que posso dizer é que o PSB terá uma nova cara e tomará um novo rumo no Rio. A nossa ideia é que o PSB volte a ser mais bem querido dos cariocas. Passamos por alguns problemas e superamos isso. Queremos dar uma nova dimensão ao partido no Estado do Rio. Hoje não tem aliança com Garotinho ou com quem quer que seja. Agora, quem está se desfiliando vão apresentar algum motivo para isso. Aqueles que saíram, eu desejo boa sorte porque vamos cuidar de quem está aqui”, disse o deputado federal Romário.

O ex-jogador foi elogiado por Campos que lembrou a sua boa posição nas pesquisas de intenção de voto para o Senado.

“O PSB deseja fazer um debate sobre a candidatura própria ou com alianças. Não decidimos nada ainda. Vamos fazer isso e aí, apresentar não só um nome mas ideias. Primeiro vamos construir uma nominata para deputado estadual e deputado federal. O próprio Romário aparece muito bem para o Senado. Agora, estamos saindo do governo Cabral. Não me parece possível alguma aliança”, disse Eduardo Campos.

Fonte: Folha de São Paulo

Maurílio Fontes

Proprietário, jornalista, diretor e responsável pelo Portal Alagoinhas Hoje

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