Polícia segue à caça de envolvidos em assassinato de PM

O traficante conhecido como MC, ligado à facção criminosa Bonde do Maluco (BDM), é o principal suspeito de envolvimento no assassinato do soldado PM Éder Ricardo Cardoso de Oliveira, de 39 anos, na noite de domingo, 17, no Setor II de Cajazeira X, em Salvador.

A informação foi confirmada pelo major Edson Lima, comandante da Operação Gêmeos, na qual o soldado era lotado. Segundo o comandante, MC pilotou a moto usada no crime.

A costureira Gonçalina Ferreira Oliveira, 60, tia do soldado, disse que ele morava na Boca da Mata e estava em Cajazeira X para levar a filha de 5 anos a uma festa de aniversário. Éder  estava ao lado de um VW Gol branco com os dois enteados à espera da esposa na entrada do Caminho 27, transversal à  rua Direta.

Informações da Polícia Civil dão conta de que dois homens em uma moto Honda CG 125 Fan preta (JSM – 7575) passaram pelo carro, fizeram a volta, alguns metros à frente, e  seguiram atirando em direção ao PM, que revidou.

Éder foi atingido na boca e no tórax, mas  conseguiu balear um dos suspeitos, identificado como Angel Vinícius Pessoa Freitas. Angel morreu no local. O PM morreu no Hospital ProHope – antigo Hospital Jaar Andrade.

Os  enteados dele também foram baleados, mas não correm risco de morte.  Igor Daniel Barroso dos Santos Vital foi ferido na mão esquerda e Erivaldo Jorge Pereira Júnior, em um dos braços.

Prisão

As incursões na região, em busca dos suspeitos, iniciaram-se logo após o crime. Além do traficante MC, que atua em Cajazeira X, a polícia busca o homem que o escondeu em Cajazeira XI.

Um suspeito foi preso durante uma ação da Rondesp Central, na manhã desta segunda-feira, 18, no Caminho 4, na Curva do Boi, em Cajazeira X, mas não se tratava de MC, segundo o major Edson Lima. Ele negou, ainda, que o homem baleado  em uma escola à tarde tivesse envolvimento com a morte do PM.

Em nota, a Polícia Militar lamentou a morte de Éder Ricardo. As investigações do assassinato do soldado seguem a cargo da força-tarefa da Secretaria da Segurança Pública (SSP-BA), criada para investigar mortes de policiais.

Até o início da noite desta segunda, nenhum outro suspeito havia sido preso, segundo  o major Edson Lima, da Operação Gêmeos.

Família e PM negam duas versões sobre o crime

A família negou a versão de que o soldado Éder estava na Parada Gay quando foi assassinado. “Ele estava com a família. A Parada Gay já havia terminado. Na hora, acontecia um ‘Paredão’ aqui”, disse uma amiga.

A família também negou a versão de que ele se envolveu em uma briga de trânsito com os suspeitos. “Não houve nada disso. Ele estava tentando estacionar o carro na entrada da rua onde a mãe mora”, disse a tia Gonçalina Oliveira.

“Essa versão sobre a briga no trânsito é novidade para mim. Estive no local logo após o crime, conversei com os enteados dele e nenhum me relatou isso”, afirmou o major Edson Lima. “No momento, é  prematuro a gente apontar uma motivação”, completou o comandante.

O corpo do soldado Éder Ricardo foi enterrado na tarde desta segunda, no Cemitério Bosque da Paz. A família não quis falar com a imprensa e pediu que os profissionais acompanhassem o sepultamento a distância.

“Éder era um menino excelente. Era meu irmão, meu amigo. Cadê os direitos humanos para apoiar os familiares do nosso colega? A marginalidade está tomando conta da cidade”, disse o sargento aposentado e vizinho Eron Magalhães.

Fonte: A Tarde

Maurílio Fontes

Proprietário, jornalista, diretor e responsável pelo Portal Alagoinhas Hoje

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