Petrobras inicia renegociação de aluguel de plataformas de petróleo

A Petrobras iniciou a renegociação das taxas de aluguel de plataformas de produção de petróleo, em mais um passo para tentar reduzir custos e enfrentar o cenário de petróleo barato e dólar caro.

As taxas diárias podem ultrapassar US$ 500 mil. A gerente da Petrobras não quis dizer, porém, qual a economia esperada com a medida.

O movimento é uma nova etapa no programa de corte de custos. A empresa vinha focando seus esforços em equipamentos de exploração, como sondas de perfuração de poços e embarcações de apoio, e em futuras contratações. Com a renegociação de custos das plataformas, começa a trabalhar na redução de custos de projetos de produção em operação.

Segundo a gerente de serviços da área de exploração e produção da companhia, Cristina Pinho, já foram concluídas as negociações a respeito de um primeiro grupo de plataformas, em processo que ainda depende de aprovação da diretoria.

Pelo menos 16 plataformas de produção de petróleo usadas pela Petrobras atualmente são alugadas de empresas como a holandesa SBM, a norueguesa BW Offshore e a Odebrecht Oil & Gas.

A estratégia de alugar plataformas, em vez de construir unidades próprias, ganhou força com a descoberta do pré-sal e teve por objetivo reduzir os prazos para o início de operações dos campos. Agora, porém, a estatal quer reduzir custos de produção de petróleo em projetos já em operação.

A empresa segue estratégia semelhante à adotada com as operadoras de sondas de perfuração e empresas de transporte de carga para plataformas. “Em alguns casos, oferecemos extensão de prazos contratuais em troca de redução nas taxas”, afirma Pinho.

Segundo ela, esse processo atende à redução de investimentos anunciada em junho, quando foi lançado o plano de negócios para o período 2015-2019.

Com relação aos cortes adicionais de US$ 11 bilhões anunciados na semana passada, foram criados grupos de trabalho para definir que atividades serão afetadas.

PRODUÇÃO

Pinho admitiu que os cortes podem reduzir o ritmo de crescimento da produção de petróleo no futuro —para 2015 e o ano que vem, a Petrobras manteve suas metas anteriores, de 2,125 milhões e 2,185 milhões de barris por dia, respectivamente.

Quando anunciou seu plano de negócios para o período entre 2015 e 2019, no fim de junho, a empresa reduziu a meta de produção em 2020 de 4,2 milhões para 2,8 milhões de barris por dia.

A Agência Nacional do Petróleo, Gás Natural e Biocombustíveis (ANP) revisou a previsão para a produção de petróleo no Brasil para 4 milhões de barris de petróleo entre 2025 e 2026, ante estimativa anterior de 4,5 milhões de barris/dia em 2022, afirmou a diretora-geral Magda Chambriard, nesta quarta-feira (14).

O cenário de preços baixos do barril de petróleo está levando as petroleiras a refazer os cronogramas de seus projetos, priorizando os ativos mais lucrativos, o que trará impactos para a produção no longo prazo, segundo a executiva.

Outro efeito do cenário de preços, segundo ela, foi o fraco resultado da 13ª Rodada de Licitações de Blocos Exploratórios de óleo e gás da ANP, na semana passada, que teve 37 blocos arrematados entre 266 oferecidos.

Entretanto, Magda afirmou que foi importante o papel desempenhado por pequenas e médias empresas brasileiras no leilão, marcado pela ausência da Petrobras e de gigantes do setor.

ECONOMIA

Em depoimento na CPI da Petrobras, o presidente da estatal, Aldemir Bendine, disse que a empresa economizou cerca de US$ 3,8 bilhões este ano com melhorias na gestão de sua dívida de aproximadamente US$ 130 bilhões.

Falando na condição de testemunha, Bendine acrescentou que a Petrobras, que está em um processo de redução de investimentos e despesas, sairá mais “enxuta” da reestruturação, mas também mais “robusta” financeiramente. “A empresa é saudável, não obstante o tamanho de sua dívida”, afirmou o executivo.

Fonte: Folha de São Paulo

Maurílio Fontes

Proprietário, jornalista, diretor e responsável pelo Portal Alagoinhas Hoje

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