Oficina de jardinagem e horta integra escola e comunidade
Como cuidar do jardim ornamental, das plantas medicinais e dos vegetais alimentícios não convencionais, como a língua de vaca e a mostarda? As técnicas estão sendo compartilhadas, dentro do princípio da sustentabilidade, pelos professores do Núcleo de Jardinagem e Horta do Centro Educacional Carneiro Ribeiro – Escola Parque, localizada no bairro da Caixa d’Água, em Salvador. O projeto, que atrai alunos, familiares e comunidade do entorno, é uma das 70 oficinas do Núcleo de Projetos Especiais (NUPES) oferecidas pela escola, ao lado das atividades do currículo regular, integrando escola e comunidade.
O objetivo principal do projeto é despertar nos alunos as habilidades e mostrar a eles o papel social da jardinagem. Ao todo, 180 pessoas participam da oficina, entre estudantes e moradores do bairro da Caixa D´Água. O estudante Moisés Santos, 10 anos, 4º ano, da Classe 2, da Escola Parque, frequenta a oficina de jardinagem há três anos e se realiza com a atividade. “Adoro plantar. Já aprendi a plantar feijão, cebolinha, cenoura. É muito legal porque a gente aprende a cuidar da natureza”, comenta.
O aposentado Evilásio Barbosa, 74 anos, também faz parte do grupo e diz que o principal benefício é preencher o seu tempo, ocupando a sua mente. “Mexer com a terra é um trabalho que me acompanha desde jovem, porque já fui produtor rural. Quando soube deste projeto, logo me identifiquei. Plantar eu até que sei, mas não tenho a técnica e aqui vou ganhar muitos conhecimentos. Também quero aprender sobre as plantas medicinais”, comenta o ex-agricultor que participa, ainda, da oficina de violão, na Escola Parque, e, à noite, cursa a Educação de Jovem e Adulto.
O professor Estênio Enrique de Oliveira, fundador do Núcleo de Jardinagem e Horta da Escola Parque, explica que a oficina de jardinagem inclui conceitos, estéticas e história da arte. “A ideia é, também, criar uma coleção de referências, com a parceria do Instituto de Biologia da UFBA, para que os alunos aprendam a plantar corretamente e adotem uma mudança de hábitos alimentares a partir do momento que se conhece a riqueza dos nutrientes de espécies diversas que, muitas vezes, temos acesso, mas não valorizamos por falta de conhecimento, como é o caso da língua de vaca ou mesmo da rúcula”, explica o educador, que é paisagista e urbanista.
Os professores têm na Educação Ambiental a base do trabalho realizado com os participantes da oficina. Assim, quando o aluno vai lavar uma ferramenta, por exemplo, é orientado a utilizar uma bacia para economizar água. O cuidado com a saúde humana é outro ponto alto da oficina, por meio do cultivo orgânico das hortaliças.
Resgate do verde
A oficina cumpre, ainda, a função de incentivar os participantes a plantar, independentemente do tamanho do espaço que têm disponível em suas casas, cultivando hortas ou plantas ornamentais em quintais ou em recipientes dos mais diversos, inclusive os reutilizáveis, como garrafas pet. Outra perspectiva, segundo o professor Estênio Enrique é contribuir para gerar oportunidades de emprego para os participantes. “Eu mesmo indico os que considero mais aptos para a ABASPA (Associação dos Paisagistas do Estado da Bahia)”, destaca o professor.
Fonte: Ascom SEC