Lava Jato: MPF denuncia ex-gerente da Transpetro

A força tarefa da Lava Jato denunciou o ex-gerente da Transpetro José Antônio de Jesus, custodiado na sede da Polícia Federal em Curitiba.

Além de José Antônio de Jesus, foram denunciados Adriando Silva Correia, Luiz Fernando Nave Maramaldo, executivo da NM Engenharia, e José Roberto Soares Vieira, ex-vice-prefeito de Ourolândia pelo PT. Soares era dono de empresa que foi usada no esquema, conforme a denúncia do Ministério Público Federal.

De acordo com a denúncia, o ex-dirigente integrava o eixo administrativo do núcleo que operacionalizava desvios da empresa. Os desvios, sustenta a queixa, tinham como objetivo não só beneficiar os funcionários da Transpetro, mas também os partidos políticos – notadamente o PT e o PMDB – e aos líderes e parlamentares das legendas, responsáveis pela indicação e manutenção dos diretores e outros funcionários do alto escalão.

O documento assevera que “em datas não precisas, entre junho e julho de 2009 e 11 de março de 2014, o denunciado José Antonio, solicitou para si e para integrantes do Partido dos Trabalhadores vantagem indevida a Maramaldo, executivo da NM Engenharia, por 63 vezes”.

Os pedidos foram todos atendidos e, ao final, Jesus teria recebido mais de R$ 7 milhões em propina.

O dinheiro veio de aditivos de contratos da subsidiária da Petrobras com diversas obras, algumas delas, inclusive, na Bahia. A manutenção geral e reabilitação de tanques para o Terminal Aquaviário de Madre de Deus, por exemplo, renderam mais de R$ 158 mil em propina, assim como a manutenção de esferas no Terminal Aquaviário de Jequié, que resultou no pagamento de R$ 39 mil em propina.

“Os pagamentos das vantagens indevidas efetuados por ordem de Luiz Maramaldo em benefício de José Antonio ocorreram, de forma reiterada e mensal, ao longo de 6 (seis) anos, especificadamente entre 30/09/2009 e 11/03/2014, em 55 oportunidades, mediante a adoção de mecanismos de ocultação e dissimulação. Em um primeiro momento os depósitos ordenados por Maramaldo foram efetuados a crédito da empresa JRA Transportes LTDA, e, posteriormente, foram destinados para contas titularizadas por Adriando Silva Correia  e pela pessoa jurídica Queiroz Correia CIA LTDA, no montante total de R$ 7,5 milhões”, sustenta a acusação.

Para a procuradora da República e integrante da força-tarefa da Lava Jato Jerusa Burmann Viecili, “as evidências indicam que os crimes na Transpetro são a expressão do mesmo esquema político-partidário que contaminou a Petrobras e tantos outros órgãos públicos no País”.

“Seus gestores também ocuparam cargos por indicação político-partidária e, seguindo a orientação dos políticos que os apadrinharam, venderam o serviço público, beneficiaram empresas e arrecadaram propinas que enriqueceram os envolvidos e financiaram campanhas eleitorais, manchando nossa democracia”, afirma Jerusa.

Fonte: bahia.ba

Maurílio Fontes

Proprietário, jornalista, diretor e responsável pelo Portal Alagoinhas Hoje

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