Investimentos em previdência privada aberta no Brasil cresceram 57%

Nos últimos cinco anos, os investimentos em previdência privada aberta no Brasil cresceram 57%, passando de R$ 51,32 bilhões em 2011 para R$ 80,53 bilhões em 2014, de acordo com a série histórica da Federação Nacional de Previdência Privada e Vida (FenaPrevi). Sinal de que o brasileiro está acreditando que vai viver mais e que anda preocupado com a renda na velhice – ainda mais agora que as mudanças nas regras da Previdência Social se tornam cada vez mais próximas da realidade do contribuinte.

Os números oficiais também já começam a dar mostras do crescente envelhecimento da população com os 3,2 milhões de brasileiros com 80 anos ou mais, segundo o último censo do IBGE, de 2010. “Até 2050, a estimativa é que o universo de indivíduos com 60 anos ou mais corresponda a 30% do total da população brasileira. Por isso, o envelhecimento vai exigir cuidados especiais e planejamento que só produtos diferenciados de previdência privada podem oferecer, com a vantagem adicional do diferimento tributário”, diz Lúcio Flávio de Oliveira, presidente da Bradesco Vida e Previdência e vice-presidente da FenaPrevi.

Sobre o diferimento, o presidente da FenaPrevi, Osvaldo Nascimento, explica que ele consiste no pagamento do Imposto de Renda (IR) devido sobre os recursos, acrescidos dos rendimentos. “Ele é realizado apenas no momento do resgate total ou parcial ou do recebimento do benefício”, informa Nascimento, no caso de quem escolhe a modalidade PGBL para investir.

O diretor de produtos e operação da Brasilprev, o plano de previdência privada do Banco do Brasil, Roger Rendón, explica que ao adquirir um plano o participante deve optar por uma das modalidades do produto: o PGBL (Plano Gerador de Benefício Livre) ou o VGBL (Vida Gerador de Benefício Livre). O PGBL, de acordo com Rendón, é indicado para as pessoas que fazem a declaração do IR no modelo completo. “Pois esse plano permite a dedução das contribuições da base de cálculo do IR, até o limite de 12% da renda bruta anual”, diz.

Já o produto VGBL é indicado para as pessoas que fazem a declaração no modelo simplificado, são isentos do pagamento de imposto ou já têm a dedução fiscal de 12% em outros planos de previdência complementar.

De acordo com o presidente da FenaPrevi, tanto no PGBL como no VGBL não há cobrança do IR a cada seis meses, sobre os rendimentos obtidos, como ocorre em alguns tipos de aplicações. Atualmente, o VGBL representa mais de 60% da carteira de previdência da Bradesco Seguros.

Quanto ao gênero, na Brasilprev a carteira é formada por 48% de mulheres e 52% de homens. No caso do Bradesco, as mulheres representam 40% da carteira.

Idade e resgate

“Quanto mais cedo o participante aderir a um plano de previdência, melhor”, aconselha Oliveira. O executivo tem um plano de previdência complementar há 30 anos. “Quanto antes começar, menor o esforço no valor das contribuições e maior o efeito dos juros ao longo do tempo”, acrescenta Rendón. Ou seja, não existe uma idade definida para iniciar a aplicação. Mas o futuro investidor deve pesquisar e comparar as duas taxas cobradas nesse tipo de operação: as taxas de carregamento e de administração que são feitas por todas as instituições que oferecem o serviço.

Maurílio Fontes

Proprietário, jornalista, diretor e responsável pelo Portal Alagoinhas Hoje

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