Governador Jaques Wagner rejeita convite para ministério da Fazenda

O governador da Bahia Jaques Wagner (PSDB) rejeitou a ideia de se tornar ministro da Fazenda caso a presidente Dilma Rousseff (PT) seja reeleita neste domingo.

“Isso [ser ministro da Fazenda] é ridículo. Eu não tenho hábito de botar o meu pé naquilo que eu não domino. Tem que ser obrigatoriamente um profundo conhecedor de todo o sistema de mercado. Eu declinaria”, disse o mandatário baiano nos bastidores do último debate entre os presidenciáveis Dilma Rousseff (PT) e Aécio Neves (PSDB) exibido na noite desta sexta-feira (24) pela TV Globo.

Wagner também relatou um incidente ocorrido nessa semana num restaurante da capital paulista, quando foi atacado verbalmente por um cliente.

“Eu nunca tinha visto aquilo. Acho que a democracia é espaço do contraditório obrigatoriamente e a gente tem que se respeitar. Eu não conheço o cara, estou jantando com minha família, comemorando um aniversário e quando estou saindo o cara disse ‘vai embora daqui’. Por um momento fiquei parado, e ele falou de novo. Aí fui obrigado a dizer ‘controle sua bebida ou seu preconceito. Você está fazendo uma imbecilidade’. Daí a mulher dele veio pedir desculpa, disse que ele estava bêbado. O que quero dizer é que para ninguém é dado o direito de afrontar os outros. Eu morro de medo desse negócio, porque preconceito você sabe como começa, mas não como termina. Na Bahia, a gente não vive isso, agora em São Paulo, realmente…”, lamentou.

Erros, acertos e tolerância

O governador baiano resumiu que entre erros e acertos, seu partido deu uma contribuição positiva para o País. “Se você for colocar em uma balança erros e acertos, eu acho que tranquilamente o saldo de contribuição do PT para o país é positivo. Teve problemas, como todo partido tem, mas é positivo. A gente não colocou o país para baixo, botou o país para cima”.

Jaques Wagner reclamou que o tucano Aécio Neves sempre aposta na estratégia de que o PT dividiu o Brasil e defendeu que o partido, em especial o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva, adotaram uma postura conciliadora para com o país.

“Eu não me lembro no governo do presidente Lula ele verbalizar, ao defender uma política que favoreça os mais pobres, ele verbalizar algo contra os ricos. Na verdade, é o contrário. Ele foi um grande conciliador. Ricos enricaram, e pobres melhoraram. Isso não é retórica. Você pega a pirâmide social brasileira, ela encurtou embaixo, engordou no meio e engordou em cima também. A classe A cresceu, ou seja, tem mais gente mais rica. Então, nós nãos dividimos. O pessoal fica falando do Nordeste… O Nordeste era uma região muito deprimida, e evidentemente com uma política de subida do piso, lá o reflexo foi muito mais forte. Foi por isso que o setor de supermercado, por exemplo, cresceu muito mais no Nordeste do que em outras regiões. Então, já tem seis, oito anos que o setor bem crescendo acima da média”.

Wagner também adotou um discurso de tolerância com os tucanos. “Eu reconheço o trabalho do PSDB. Ninguém inventou o Brasil, acho que todo mundo dá uma contribuição. Os caras deram a contribuição da estabilidade, da responsabilidade fiscal, do real, do combate à inflação, que a gente incorporou e não podia ser diferente. Isso é valor da sociedade, não do PT ou do PSDB. Eu sou contra esse maniqueísmo de achar que você ganha uma eleição destruindo o outro candidato”.

Por fim, o mandatário baiano destacou que as pesquisas internas do PT dão como certa a reeleição da presidente Dilma Rousseff no próxima domingo.

“Eu acho que ela vai ganhar domingo. Pelo menos são os números que a gente tem. A de hoje foi 55% contra 45%. Está muito alinhado com as duas últimas pesquisas que foram divulgadas”, encerrou.

Fonte: TB

Maurílio Fontes

Proprietário, jornalista, diretor e responsável pelo Portal Alagoinhas Hoje

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