Férias escolares e verão exigem mais atenção com as crianças nas piscinas

Com a chegada das férias de final de ano e a proximidade do verão, o fluxo  de crianças nas piscinas dos condomínios aumenta. Para trazer mais segurança nos espaços e evitar acidentes, síndicos e administradores apostam em medidas preventivas. Por ano, 51% da média (82 casos) de óbitos por afogamento na faixa de 1 a 9 anos de idade ocorre em piscinas e em outros espaços nas residências, indicou o boletim Afogamentos no Brasil 2017, elaborado pela Sociedade Brasileira de Salvamento Aquático (Sobrasa).

No condomínio Art Residence, no Jaguaribe, a administradora Gilmara Santos utiliza circulares impressos e um aplicativo móvel para manter os moradores informados sobre os cuidados com o uso da piscina. Para a  administradora, a eficácia na comunicação é a principal ferramenta de prevenção de acidentes.

“É importante manter os moradores conscientizados de questões como nunca deixar a criança sozinha na área da piscina, entre outras medidas de precaução. Acrescida a estratégia de distribuição dos circulares, o aplicativo móvel consegue trazer as informações de segurança de maneira rápida e interativa para o público jovem”, conta Gilmara.

Junto com o trabalho de comunicação, o Art Residence tem estruturas físicas que visam à proteção contra afogamentos. A piscina é cercada por grades e o portão de acesso é monitorado pelos funcionários, responsáveis pelo controle do fluxo de pessoas que acessam o local. Perto do cercado, placas de sinalização  indicam os cuidados que os visitantes precisam adotar.

“Existe o cuidado de observar se não tem crianças e até adolescentes sozinhas no espaço. Para os visitantes, as placas servem como ferramentas de informação, considerando que eles não estão por dentro do que é passado aos moradores. É essencial reforçar que as ações preventivas só funcionam com a conscientização e participação dos moradores”, diz Gilmara.

Para Kelsor Fernandes, presidente do Sindicato da Habitação da  Bahia (Secovi-BA), a conscientização dos moradores é  a chave para o sucesso das estratégias que visam evitar acidentes e afogamentos.

“Apesar de os condomínios adotarem medidas, como a instalação de grades e telas que aumentem a proteção nas piscinas, não faz parte das suas obrigações a vigilância das ações  dos moradores, especialmente crianças e adolescentes. Os moradores precisam fazer parte da rede de prevenção”, explica Fernandes.

A sucção de partes do corpo pela bomba da piscina residencial é a principal causa de afogamento de crianças de 4 a 12 anos que sabem nadar, segundo a Sobrasa. Para o subcomandante do Grupamento Marítimo do Corpo de Bombeiros  da Bahia, capitão Luciano Alves, é necessário instalar sistemas de proteção e manter a bomba desligada no momento de uso da piscina.

“Apesar de considerar a bomba de sucção da piscina um mecanismo arcaico e perigoso, ele é muito utilizado. Para oferecer segurança para os banhistas, é preciso instalar os ralos ou sensores que evitam a sucção. É importante também manter o sistema de sucção desligado quando a piscina é utilizada”, conta Luciano Alves.

No caso de afogamento dentro do condomínio, Alves afirma que é preciso manter a vítima deitada lateralmente e fazer a ventilação, conhecida como respiração boca a boca. Enquanto  o procedimento de ventilação é realizado, os moradores devem ligar para o 193 ou 192, quando receberão o auxílio técnico de salva-vidas e técnicos de saúde.

“Quando uma pessoa se afoga, é natural que a primeira reação seja colocar dentro de um carro e correr para  o hospital. Como o trajeto até a unidade de saúde pode durar entre 20 a 30 minutos, essa ação pode fazer com que a vítima não tenha  tempo do socorro essencial. É preciso manter a ventilação e pedir ajuda técnica por telefone, enquanto espera a ambulância”, diz Alves.

*Sob supervisão da editora Cassandra Barteló

Fonte: A Tarde

Maurílio Fontes

Proprietário, jornalista, diretor e responsável pelo Portal Alagoinhas Hoje

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