Farmacêuticas crescem com publicidade

Um dos filões que mais crescem no mercado farmacêutico, os MIPs (medicamentos isentos de prescrição) estão agitando o mercado publicitário.

A MIP Brasil Farma, que está completando um ano de vida e tem um modelo de negócios inspirado na mexicana Genomma Lab, estreia este mês sua primeira campanha na Globo. Até o fim do ano, estará presente também em Band, Gazeta, Rede TV! e SBT.

A Record, território dominado pela Genomma, ficou de fora do planejamento. “Conversamos com a Record, mas achamos que seria mais difícil construir nossas marcas em um ambiente dominado pelo concorrente”, diz o presidente da MIP Brasil, Wolney Alonso.

A Genomma, que tem um portfólio mais popular que a MIP Brasil, se transformou no ano passado em um dos maiores anunciantes do país, investindo algo entre R$ 200 milhões e R$ 250 milhões exclusivamente na Record.

Trata-se de um valor expressivo, ainda mais considerando que a empresa faturou R$ 280 milhões ano passado, segundo apurou a Folha.

A empresa é conhecida por terceirizar a produção de medicamentos e investir massivamente em publicidade.

A MIP Brasil, que não desenvolve produtos, apenas licencia marcas de parceiros estrangeiros, segue na mesma linha. O faturamento previsto para este ano é de R$ 40 milhões e a empresa pretende investir R$ 25 milhões em publicidade, sendo R$ 10 milhões só no último trimestre.

Até então, a empresa vinha focando sua estratégia apenas em ações no SBT e nos canais fechados GNT e Sony.

A MIP Brasil é o mais novo empreendimento de Omilton Visconde Júnior, espécie de midas do setor. Na última década, vendeu três negócios, levantando mais de R$ 1 bilhão: o laboratório Biosintética, vendido para o Aché, a Segmenta, para a Eurofarma, e a PrevSaúde, para a Visanet.

Antes de lançar a MIP Brasil, Visconde Jr ingressou no e-commerce com a criação da Netfarma, e também lançou um consultoria em fusões e aquisições, a Entregga.

Os produtos da MIP (bala de goma com fibras, linha de cuidados para pés e para tirar manchas de pele) estão disponíveis em 5.000 pontos de venda, devendo chegar a 7.000 até o final do ano. “Vamos vender também em supermercados, perfumarias e salões”, diz Alonso.

Para 2015, a MIP planeja investir R$ 15 milhões em uma fábrica em Ribeirão Preto, para nacionalizar a produção.

A venda de MIPs cresce 14% ao ano e já representa 29% do faturamento total de medicamentos do país, segundo a IMS Health. Nos doze meses até agosto, o mercado movimentou R$ 18 bilhões, quase R$ 3 bilhões a mais do que os genéricos.

Maurílio Fontes

Proprietário, jornalista, diretor e responsável pelo Portal Alagoinhas Hoje

Menu de Topo