Desafio de Rui Costa é se tornar uma liderança política
O petista Rui Costa e o pepista João Leão assumem, nesta quinta-feira, 1º, às 8 horas, em cerimônia na Assembleia Legislativa, os mandatos de governador e vice-governador da Bahia, conquistados em primeiro turno, na eleição de outubro, com 54,5% dos votos válidos no Estado.
Costa receberá, em seguida, o cargo das mãos do antecessor, o também petista Jaques Wagner, que horas depois passa a ter como endereço a Esplanada dos Ministérios, em Brasília, no posto de ministro da Defesa para o segundo governo da presidente Dima Rousseff (PT).
No mesmo ato de transmissão de cargo, a ser realizado na tenda instalada próximo à Governadoria, às 10 horas, ocorrerá a posse dos 24 secretários de estado.
Candidato forjado por Wagner e que venceu a eleição como zebra – as pesquisas apontavam o favoritismo do democrata Paulo Souto -, Rui Costa terá que trabalhar para consolidar, até 2018, o legado político do PT no Estado, iniciado há oito anos com a primeira eleição de Wagner
O próprio futuro ministro reconhece que ainda há uma caminhada a ser trilhada nesta construção. “Por enquanto só estamos com maioria política e maioria eleitoral. Tivemos a vitória, temos mais quatro anos, mas precisamos de algo mais profundo, que é exatamente consolidar a hegemonia perante a sociedade de nosso projeto político”, diz Wagner.
Desafios
Para o cientista político da Ufba, Paulo Fábio Dantas, o desempenho do futuro governador baiano vai depender, primeiro, do sucesso do governo no plano nacional, seja em relação à economia ou no campo político.
“Rui foi um candidato governista típico, sua candidatura construída dentro do alinhamento político, e não vejo margem de manobra para o governo estadual fora de um cenário de sucesso do governo federal”, diz Dantas.
O segundo desafio destacado pelo cientista político, é como Rui vai gerenciar a aliança heterogênia de partidos herdados do seu antecessor.
Ele lembra que o PT perdeu espaço na Assembleia Legislativa, enquanto outros partidos, como o PP e o PSD, se fortaleceram. Situação complexa de ser resolvida dentro de casa que, assinala ele, exigirá de Rui saber conciliar a função de gestor público com a de liderança política.
“Diferentemente do que aconteceu em boa parte dos dois governo de Wagner, Rui Costa vai ter uma oposição forte e consistente”, observa Dantas.
Quanto à contribuição de Jaques Wagner no Planalto em favor da Bahia, o cientista avalia que vai depender da capacidade de influência política do petista para assegurar, por exemplo, recursos e obras para a Bahia.
“Wagner para ter sucesso no governo federal vai ter de usar o talento pessoal, porque a posição institucional que ele ocupará (Defesa), não vai oferecer esta influência”, acredita o professor.
Prudente seria, frisa Paulo Fábio Dantas, Rui Costa não apostar todas as fichas na influência do futuro ministro e, como não tem como se descolar do governo federal, buscar atuar no plano das relações federativas para cumprir o programa de governo planejados para os próximos quatro anos.
Os secretários da nova gestão
Políticas p/ Mulheres – Olívia Santana
Cultura – Jorge Portugal
Turismo – Nelson Pelegrino
Desenv. Rural – Jerônimo Rodrigues
Igualdade Racial – Vera Lúcia Barbosa
Desenv. Urbano – Carlos Martins
Casa Civil – Bruno Dauster
Agricultura – Fernanda Mendonça
Administração – Edelvino Goes
Ciência e Inovação – Manoel Gomes de Mendonça
Comunicação – André Curvello
Indústria – James Correia
Saúde – Fábio Villas-Boas
Segurança – Pública Maurício Barbosa
Trabalho – Álvaro Gomes
Infraestrutura – Marcus Cavalcanti
Planejamento – João Leão
Fazenda – Manoel Vitório
Meio Ambiente – Eugênio Spengler
Direitos Humanos – Geraldo Reis
Infraestrutura Hídrica – Cássio Peixoto
Relações Institucionais – Josias Gomes
Educação – Osvaldo Barreto
Administração Penitenciária – Nestor Duarte
Fonte: A Tarde