Decisão da S&P surpreende governo e deve reforçar Levy

A perda do grau de investimento na S&P (Standard & Poor’s) surpreendeu o governo e deverá reforçar as posições do ministro da Fazenda, Joaquim Levy, no embate com os colegas Aloizio Mercadante (Casa Civil) e Nelson Barbosa (Planejamento).

Na semana passada, em reunião com Dilma, Mercadante e Barbosa, Levy fez um alerta sobre o risco de perder o grau de investimento, que é o selo internacional de bom pagador.

Hoje, a agência internacional de avaliação de risco e classificação S&P reduziu a nota de crédito do país. Retirou a recomendação de grau de investimento e colocou o Brasil no grau especulativo, no qual haveria risco de calote. A gota d’água foi o envio ao Congresso de um Orçamento Geral da União para 2016 com previsão de deficit primário (R$ 30,5 bilhões).

A retirada do grau de investimento na S&P é a maior derrota econômica da presidente Dilma Rousseff no segundo mandato. O governo perde margem de manobra política e vê a crise econômica se agravar. A solução, diz um ministro, é reforçar, de fato, uma política fiscal dura, como tem pregado Levy.

A S&P é a mais importante e mais respeitada agência de avaliação de risco. Se for seguida pelas demais, como parece ser a tendência, isso agravará a situação econômica do Brasil ainda mais. Alguns fundos de investimentos, chamados de passivos, têm no estatuto regra que prevê que sigam a nota de crédito de duas agências para colocar ou tirar dinheiro de um país. Outros fundos não têm essa amarra e podem agir com base na avaliação de uma única agência.

Integrantes do mercado financeiro também se disseram surpresos com a decisão da S&P. Não esperavam que fosse tão repentina. Há previsão de estresse na Bolsa brasileira amanhã.

Fonte: Blog do Kennedy

 

Maurílio Fontes

Proprietário, jornalista, diretor e responsável pelo Portal Alagoinhas Hoje

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