'Crise foi benção para nós', diz diretora de site de financiamento coletivo

A crise econômica brasileira atrapalhou os resultados de diversas empresas em 2015. Não os do Kickante, site para campanhas de financiamento coletivo. “Para nós, ela foi uma benção”, afirmou Tahiana D’Egmont, presidente-executiva da companhia, nesta terça-feira (17).

Ela participou de palestra no segundo dia da Innovators Summit, evento sobre inovação realizado em São Paulo, que discutiu como as start-ups podem conseguir financiamento mesmo em um momento em que as grandes empresas estão cautelosas na hora de gastar.

Uma dessas soluções é o uso do “crowdfunding”, as campanhas de financiamento coletivo pela internet. Neste ano, o Kickante já fez 16 mil campanhas, levantando R$ 16 milhões. Segundo D’Egmont, 25% delas são de empreendedores.

Outra empresa que atua nos financiamentos on-line é a Broota, cujo foco é nas start-ups. No lugar de dar recompensas aos participantes das campanhas como camisetas ou chaveiros, ela oferece uma pequena participação acionária na empresa que receber o investimento.

De acordo com Ricardo Politi, sócio da Broota, neste ano as start-ups receberam cerca de R$ 14 milhões nas campanhas no site.

“Queremos democratizar o acesso a recursos para os pequenos empreendimentos. Qualquer pessoa pode abrir o site e investir a partir de R$ 1.000 e montar seu pequeno portfólio”, disse Politi.

O terceiro participante do debate foi Igor Senra, cofundador da Moip, companhia especializada em pagamentos on-line. Em vez de a empresa fornecer os recursos para as start-ups começarem seus negócios, ela oferece soluções na hora em que as empresas estão comercializando seus produtos.

A Moip teve volume de transações de R$ 1 bilhão no ano passado e faturamento de R$ 50 milhões.

“A gente queria fazer a forma de pagamento ser mais simples. Então pensamos em focar nos vendedores e fazer um sistema como eles queriam”, contou.

Em comum, as três empresas surgem para tentar resolver o problema de financiamento das start-ups. Quando estão no começo, é comum enfrentarem dificuldades para reunir dinheiro para os primeiros investimentos. Os bancos, por exemplo, chegam a pedir garantias de receita mesmo quando não há um produto sendo feito.

Assim, companhias de ‘crowdfunding’ surgiram para facilitar essa tarefa.

“Não é que a gente não precise dos serviços de um banco, mas precisamos tirar os intermediários. É assim com o Uber, com o Airbnb e com nós três aqui”, disse D’Egmont. “Não estamos fazendo nada que vai revolucionar o mercado, só estamos tentando ligar uma ponta à outra.”

Fonte: Folha de São Paulo

Maurílio Fontes

Proprietário, jornalista, diretor e responsável pelo Portal Alagoinhas Hoje

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