Paulo Cezar quer ser reconhecido como o “pai” do empréstimo da CAF

O ex-prefeito Paulo Cezar quer ser reconhecido como o “pai” do empréstimo de US$11,5 milhões  do Banco de Desenvolvimento da América Latina (CAF) à Prefeitura de Alagoinhas.

A proximidade da assinatura do contrato entre as duas instituições, agendada para o dia 17, às 11 horas, na sede do banco, em Brasília, está deixando o ex-prefeito em polvorosa pela falta de convite oficial, exigência do cerimonial, pré-requisito para sua participação.

Em contato com o editor do Alagoinhas Hoje na manhã deste sábado, o prefeito Joaquim Neto adiantou que não partirá dele o convite para seu antecessor.

O atual gestor alagoinhense afirmou que não pretende politizar o assunto, mas demonstrará tecnicamente que o empréstimo, em função das inadimplências da Prefeitura de Alagoinhas e do Serviço Autônomo de Água e Esgoto (SAAE) com órgãos federais, no segundo governo de Paulo Cezar, não poderia ter sido concedido no ano passado. “Tivemos que resolver uma série de pendências deixadas pela administração anterior”, salientou o chefe do Executivo, acrescentando “que precisou viajar para Brasília mais de dez vezes visando resolver problemas relativos ao empréstimo da CAF, herdados por seu governo”.

Joaquim Neto admitiu que o empréstimo quase foi perdido e se não fosse o prestígio do deputado federal Paulo Azi com o ministro da Fazenda, Henrique Meirelles, o aval do governo federal, condição imprescindível para a assinatura do contrato, não teria sido concedido.

Ele também salientou a competência técnica dos funcionários da prefeitura envolvidos no atendimento das demandas burocráticas.

O prefeito disse, ainda, que não duvida da presença do ex-prefeito na solenidade do dia 17.”Não havendo convite da Prefeitura de Alagoinhas e nem da CAF, quem o convidará?”, questionou Joaquim.

Nos bastidores, Paulo Cezar certamente vem se movimentando para assegurar o tão sonhado convite. Nem que para isso precise usar dotes de ator global, seu histrionismo costumeiro e as relações políticas que, inegavelmente, construiu ao longo de dois mandatos executivos (leia-se, senadores Otto Alencar e Lídice da Mata).

Barrado no baile

O jornalista Levi Vasconcelos, principal analista político do estado, publicou hoje em sua coluna Tempo Presente, de A Tarde, nota sobre o não-convite ao ex-prefeito Paulo Cezar.

Título: Barrado no baile.

PC parece viver um certo inferno astral após a saída do comando da Prefeitura de Alagoinhas: no dia 31 de março, de maneira atrapalhada, fez incursão noturna ao Centro Administrativo Municipal (CAM), denunciada na lista do WhatsApp do Alagoinhas Hoje.

A repercussão no município foi muito negativa e o fato inusitado ganhou espaço em veículos de comunicação de Salvador.

Agora, PC, que se acha o “pai” do empréstimo da CAF, sem aceitar o não-convite, está se movimentando visando ter lugar de destaque entre os convidados para a solenidade de assinatura do contrato entre a Prefeitura de Alagoinhas e a instituição financeira.

Tempo

Em meados do ano passado, o Alagoinhas Hoje publicou informação registrando que o empréstimo não seria liberado em 2016.

Valendo dos “microfônicos” amigos, PC tentou desmentir o site. Na verdade, ele foi desmentido pelo tempo e pela falta de diligência de seu governo, que não teve competência para sanar os problemas impeditivos da assinatura do contrato.

A ex- secretária de Infraestrutura, Sônia Fontes, também vendeu muitas ilusões microfônicas sobre o empréstimo da CAF, com total anuência dos “âncoras”, pouco ancorados em conhecimentos básicos para discutir o tema.

Depois de tantas ilusões vendidas aos quatro cantos da cidade, da incapacidade de sua administração em honrar compromissos financeiros com o governo federal, que impediram a concessão do empréstimo, do enviesamento das prioridades do projeto elaborado em seu segundo mandato, PC ainda quer vender aos incautos uma “verdade  (apenas dele) totalmente mentirosa”: ele é o pai do empréstimo da CAF.

Está mais para padastro, daqueles bem ruins, mas que quando o (a) enteado (a) obtém uma vitória (graduação em curso superior, por exemplo) é um dos primeiros a buscar elogios dos participantes da solenidade de formatura.