LAAD 2017: Governo sinaliza defesa como política de Estado, diz presidente da ABIMDE
Em entrevista exclusiva à Sputnik Brasil, Aguiar disse acreditar que a presença do presidente da República, Michel Temer, no evento denota o caráter de importância do setor de defesa para o Palácio do Planalto.
“Eu acho que a presença dele [Temer] demonstra de forma cabal a identificação da defesa e segurança como prioridade. Ele ter vindo aqui é pra nós uma honra e sinaliza que é um símbolo forte que o país entende a defesa como prioridade, aposta nesse segmento e tem uma distinção dentre os outros setores, porque defesa não concorre com nenhum setor”, disse Aguiar.
O presidente da ABIMDE reconheceu que a feira deste ano está “mais enxuta” do que em anos anteriores e isso pode ser interpretado como uma vantagem.
Aguiar destacou ainda o papel benéfico que os investimentos em defesa possam trazer para o Brasil a curto, médio e longo prazo. Além de “alavancar a tecnologia do país”, a política que prioriza o setor pode fomentar mais trocas comerciais em outros setores, representando por fim uma “diferença para a nossa balança comercial”.
“Por exemplo, a desburocratização da exportação, a criação de empresas num tempo mais rápido, a desoneração da cadeia produtiva Isso impacta positivamente o setor. Se você considerar a segurança pública e o instrumento de defesa e o que isso movimenta, isso representa R$ 203 bilhões em temos anuais, que é 3,7%, quase 4% do PIB brasileiro. Se você tem uma expectativa de um crescimento e uma estabilização da nossa economia, você tá vendo que o nosso segmento de defesa e segurança é anticíclico, quer seja por crises de segurança, quer seja por causa de mercados que estão precisando de equipamentos de defesa”, completou.
O presidente da ABIMDE ainda enfatizou a riqueza de reuniões com as principais lideranças de grandes potencias mundiais no setor, como Rússia, Estados Unidos e China.
“O governo dos EUA é considerado em igual condição como o governo da Rússia, nós temos a representatividade do governo dos EUA forte, mas nós também temos contatos, alianças, de agenda institucional com a Rússia. Por isso nós adquirimos diversos equipamentos de origem russa, como adquirimos projetos dos EUA, estamos conversando com a China, enfim, todas as portas estão abertas. O Brasil não está se fechando como bloco e não está apontado para uma direção somente. Ele está avaliando todas as propostas. Mas quem dá a palavra final não é a indústria, é o governo”, concluiu.