Preços altos fazem o banho de mar ficar mais “salgado”

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No verão soteropolitano, o sol quente faz o corpo pedir um banho de mar, mas a ida à praia, ao invés de refrescar, pode deixar a cabeça quente diante dos preços cobrados, da água de coco ao acarajé.

No  fim de dezembro, A Tarde foi a duas praias da capital (Praia do Flamengo e Itapuã) para verificar o que é possível fazer quando se tem na carteira apenas R$ 50.

Ao chegar em Itapuã, no trecho em frente à Igreja de Nossa Senhora Conceição de Itapuã, o banhista é logo convidado a usufruir do conforto de cadeiras e sombreiros.

Ambulantes reclamam dos gastos com produtos

“Pode sentar que não paga”, anuncia um atendente. Agradece o banhista, mas o alívio é logo interrompido pela frase seguinte: “só tem que consumir e pagar ‘o do garçom”, acrescenta.

Para começar o dia, considerando que você esteja sozinho, uma água de coco já leva R$ 5 do bolso. O latão de cerveja (479 ml), R$ 6,50 cada. Para abrir o apetite, lá se vão mais R$ 8 em um acarajé com camarão. Só aí, menos R$ 20 no orçamento.

O jeito é dar um mergulho no mar, que é grátis. Na volta, mais uma cerveja (R$ 6,50) e um queijo coalho de R$ 3 (estouram quase R$ 30). No entanto, tem horas que a sede só passa com água (R$ 2,50). Se quiser refrigerante, acrescente mais R$ 3,50 na conta. No picolé pode se esbaldar, tem de R$ 1.

Se quiser almoçar mesmo, não tem malabarismo possível para fazer o dinheiro esticar. Mesmo na faixa de areia, uma moqueca de camarão e peixe ou mariscada custam cerca de R$ 70. Se ficar somente no tira-gosto, vai gastar de R$ 25 a R$ 30.

O casal Danilo Oliveira e Iraci Rocha, ambos de  30 anos, optou por ficar pouco tempo na praia e gastar somente R$ 25 para os dois. “Nosso consumo foi mínimo. Disseram que as cadeiras não seriam cobradas, mas não foi vantagem. Só compramos uma água-de-coco e dois latões de cerveja”, contou Danilo.

Ajuste

Na Praia do Flamengo é bom esquecer a história de que tomar uma cerveja faz os custos com cadeira e sombreiro ficarem “na camaradagem”. Sem levar o seu próprio “kit”  ou canga, para ficar mais perto do mar, o banhista tem que desembolsar R$ 10 pelo combinado (duas cadeiras e um sombreiro).

Com os R$ 40 restantes seria possível se refrescar com uma água de coco (R$ 4) e pedir um acarajé com camarão (R$ 8) como petisco. Se o banhista vai relaxar com uma latão de cerveja, é bom ir preparado para gastar R$ 6 na unidade. Depois de tomar duas, ficam apenas R$ 12 para o resto do dia.

Para acompanhar o sagrado queijinho (R$ 4) com melaço, que vira e mexe aparece à venda, nada melhor que um refrigerante bem gelado (R$ 4). Restam só R$ 8 e fica ainda mais apertado esticar a diversão na praia.

Após dois picolés Capelinha (a promoção sai por R$ 5), o banhista já deu adeus a R$ 47. O jeito é ultrapassar o orçamento previsto para o dia e completar com R$ 0,50 para  tomar  uma água mineral (R$ 3,50) gelada.

A assistente social Elisângela Tartari, de Feira Santana, está na Praia do Flamengo. Ao lado do marido Rodson e dos dois filhos, ela alugou um village para aproveitar as férias. “Fomos atingidos pela crise, mas já tínhamos programação. Vir com crianças é mais difícil porque eles pedem tudo. O jeito é ajustar os gastos: o picolé de R$ 8 é substituído por um mais barato”.

Fonte: A Tarde

Maurílio Fontes

Proprietário, jornalista, diretor e responsável pelo Portal Alagoinhas Hoje

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