O PT de Alagoinhas no divã – Maurílio Fontes
Se em nível nacional o Partido dos Trabalhadores enfrenta grandes dilemas na busca de conceitos discursivos que realinhem sua personalidade imagética, o PT de Alagoinhas também se debate internamente tendo como pano de fundo a disputa pela definição do nome que concorrerá ao Executivo em 2016.
O imbróglio é tão grande em Alagoinhas que apenas o divã será capaz de resolver a questão. Contudo, sete dias de análise são insuficientes para que problemas relevantes sejam superados. Aí está o nó górdio, sempre difícil de desatar porque o tempo psiquiátrico não é o tempo da política. Nem por isso, o divã deve ser secundarizado.
No domingo (25), o diretório municipal definirá o candidato petista à Prefeitura de Alagoinhas.
Vaidades afloram e posturas lacerdistas ganham espaço na disputa interna, apesar das tentativas do presidente da legenda para manter o equilíbrio do partido e das pessoas. Quanto às pessoas pouco se pode fazer, mesmo que elas representem um segmento muito pequeno do PT de Alagoinhas.
Registre-se: filiados que tensionam as relações internas, exercendo mais os papéis de agitadores irracionais do que de estrategistas, que não pensam no partido, em seu futuro e nos melhores caminhos para disputar a eleição majoritária, que se desenha com dificuldades muito grandes.
O PT de Alagoinhas, nesta quadra de sua trajetória, lida com pouquíssimas variáveis eleitorais em termos de aliança partidária para 2016. Terá no máximo o apoio do PCdoB, em hipótese otimista, e de mais três ou quatro partidos de categoria duvidosa em termos de agregação numérica.
Ser candidato do PT em Alagoinhas não é nenhuma benesse. Muito pelo contrário, é sacrifício de grande monta. Mesmo assim, apesar deste quadro inquestionável, a disputa interna é, para alguns, a oportunidade de destilar seus desconfortos pessoais.
O partido é maior do que as pessoas. A legenda deve estar acima dos interesses pessoais e das correntes internas. E o mais importante: a sociedade alagoinhense é mais relevante dos que os filiados petistas e do que os interesses de suas correntes.
Ao não entender isso, o PT caminhará para a derrota eleitoral. Enfrentar um prefeito que faz política diuturnamente, adotando ou não práticas ortodoxas, será desafiador para o partido, que perdeu espaço na periferia da cidade e não conta mais com apoio relevante no centro.
Reconstruir a proximidade com os diversos segmentos da sociedade alagoinhense é a única alternativa que resta. O tempo trabalha contra o PT de Alagoinhas. Alguns filiados trabalham a favor do conflito.
Enquanto isso, a candidata do alcaide corre a cidade fazendo campanha antecipada, ampliando seu nível de conhecimento e agregando apoios.
Definitivamente, o divã é a alternativa para o PT de Alagoinhas.