Geddel vê como 'natural' aproximação de Wagner com Michel Temer

O presidente do PMDB da Bahia, Geddel Vieira Lima, viu como “natural” a aproximação do ministro da Casa Civil, Jaques Wagner, com o vice-presidente da República (PMDB), Michel Temer, que deixou a articulação do governo da presidente Dilma Rousseff (PT).

Na primeira semana como novo ministro-chefe, Wagner ensaiou uma reaproximação do Planalto com Temer. De acordo com informações da revista Veja, o primeiro encontro de Wagner com Cunha foi depois de um pedido feito a Temer, que tomou a iniciativa de convidar os presidentes da Câmara, Eduardo Cunha (PMDB), e do Senado, Renan Calheiros, para um almoço onde se discutiu a tramitação de projetos de interesse do governo no Legislativo.

Wagner demonstrou disposição em abrir um novo canal de diálogo com Cunha, mesmo diante das novas denúncias investigadas na Operação Lava Jato e do momento de fragilidade política do peemedebista. O gesto foi visto pelos aliados de Temer como “diplomático” e como um sinal da mudança de estilo na condução da Casa Civil, antes comandada pelo atual ministro da Educação, Aloizio Mercadante.

 “Quando os náufragos estão no oceano perdido, qualquer tábua eles se agarram. Wagner está cumprindo o papel que se propõe. Mas, lamento porque, enquanto se tem esse tipo de articulação, e eu não quero posar de vestal, mas é uma verdade, porque tira toda a decência da política brasileira e enojando a todos”, disse o líder peemedebista, que completou: “Wagner, reconheça-se, é um especialista nisso. Faz qualquer jogada para cumprir as missões que recebe”.

Apesar da aproximação, Geddel diz que Temer tem agido como o vice-presidente da República. “Os passos de Temer é o de vice-presidente. Falei com ele e ele está tranquilo e sereno, e impedindo de envolvê-lo diretamente nesse jogo, como a proposta boba que querer transformá-lo em Ministro da Justiça”, revelou.

Sobre Cunha, Geddel diz que o correligionário tenta ganhar tempo. “Cunha vai atuar nesse processo com o olho voltado para o que for melhor para ele, fazendo os cálculos dele, de ganhar tempo, até no Conselho de Ética, enquanto o governo fica fazendo ‘galinha gorda’ de cargo para tentar se rearrumar. Resta saber se combinaram com os russos que, neste caso, é a opinião pública, que vai ficando cada vez mais enojada com tudo isso”, avaliou.

Já o deputado federal Lúcio Vieira Lima (PMDB), discorda de uma aproximação entre o petista e os caciques peemedebistas. “Se Wagner fez algum acordo com Cunha, não vai entregar a mercadoria. É só ver quem [dos petistas] assinou o requerimento contra Cunha. Ou Wagner está enganando Cunha, ou Wagner não tem força, ou não tem acordo nenhum”, opinou.

Eduardo Cunha foi denunciado ao Conselho de Ética da Câmara na qual deputados pedem a cassação do mandato do peemedebista por quebra de decoro parlamentar. O peemedebista foi denunciado ao Supremo Tribunal Federal (STF) por suspeita de ter recebido US$ 5 milhões em propina do esquema investigado pela operação Lava Jato. O Ministério Público da Suíça informou à Procuradoria no Brasil que Cunha foi investigado naquele país por suspeita de lavagem de dinheiro e corrupção, e que os valores depositados nas contas foram bloqueados.

O presidente do Conselho de Ética, deputado baiano José Carlos Araújo (PSD) já a representação à Mesa Diretora da Câmara. Cabe ao colegiado numerar o processo e devolvê-lo para tramitação no Conselho.

Fonte: Tribuna da Bahia

Maurílio Fontes

Proprietário, jornalista, diretor e responsável pelo Portal Alagoinhas Hoje

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