Donos da AMBEV são exemplos de administração meritocrática no Brasil e no mundo – Maurílio Fontes

AMBEV TEMPO PRESENTE

Os donos da AMBEV – Jorge Paulo Lemman, Carlos Alberto da Veiga Sicupira e Marcel Herrmann Telles – são exemplos no Brasil e no mundo em termos de instituição de modelos vencedores de gestão, desde o final dos anos 70, quando eram proprietários do Banco Garantia. Até hoje, após quase 40 anos de sociedade, a holding do grupo é a 3G.

A meritocracia, para eles, é um mantra indissociável do sucesso que alcançaram em seus negócios aqui e no exterior.

Fábrica

Mais uma vez, a coluna Tempo Presente (16/08), de A Tarde, assinada pelo jornalista Levi Vasconcelos, faz referência à disputa pela instalação de uma nova unidade fabril da AMBEV na Bahia, desta feita tendo como personagens principais os deputados Joseildo Ramos e Alex Lima.  Ambos estão fazendo a parte que lhes cabe nesta empreitada.

A coluna, frise-se, informa, não opina. Levi Vasconcelos é considerado por este articulista como o melhor jornalista da Bahia em atividade.

Mas há muita desinformação na discussão sobre a unidade da AMBEV na Bahia. Uns, a despeito da boa vontade, não possuem conhecimento para entrar na complexa seara do mundo dos grandes negócios. Outros, por pura má fé, tentam criar situações artificiais que não condizem com os procedimentos das corporações líderes de mercado.

Pensar e admitir que o governo terá peso excessivo na decisão da companhia é desconhecer a situação financeira da administração pública baiana, que se equilibra tal qual um artista circense, que faz tudo para não cair, mas não tem 100% de certeza quanto ao sucesso de sua apresentação.

A conjuntura atual não permite a concessão à mancheia de incetivos fiscais, que desfalcariam o caixa governamental e impactariam negativamente em suas finanças. Concessões menores serão diretamente proporcionais à força diminuta para definir o local de implantação da fábrica.

Portanto, a tese de que o governo terá grande peso na decisão da AMBEV cai por terra. A companhia não é nenhuma biboca e tem, segundo os diários econômicos e revistas especializadas, alguns bilhões de reais em caixa para fazer face às demandas atuais e de médio prazo- construção de nova fábrica, modernização tecnológica.

A qualidade da infraestrutura local, a logística privilegiada, o oferecimento de moradias de qualidade, a rede de escolas particulares, de clínicas e hospitais, de pronto, eliminam muitas cidades na Bahia.

Argumentos voltados para a defesa de Olindina são falaciosos e distantes da realidade objetiva de uma grande corporação empresarial, líder de mercado em seus segmentos de atuação.

A  necessidade de descentralização do desenvolvimento da Bahia é outra mentira deslavada, tão ao gosto de políticos falastrões, histriônicos e sem qualquer compromisso com a verdade.

Um exemplo contundente: o Distrito Industrial do Subáe, situado em Feira de Santana, a maior cidade do interior da Bahia e, de certa forma, vizinha de Alagoinhas, tem possibilidades concretas de abrigar nos próximos meses, a partir de protocolos assinados e encaminhados, 112 novas indústrias de diversos segmentos.

Protocolos que contam com apoio integral da Secretaria Estadual de Desenvolvimento Econômico, comandada por Jorge Hereda, ex-presidente da Caixa Econômica Federal. Ou seja, o governo da Bahia assegura as condições para que Feira de Santana conte com mais de uma centena de novas empresas.

Onde está a tão propalada descentralização do desenvolvimento da Bahia? Para Feira de Santana, ela não vale. Mas quando os interesses de Alagoinhas estão em jogo, ela passa a valer, mesmo que se queira beneficiar cidades sem as mínimas condições de abrigar uma fábrica de bebidas.

É até admissível que os políticos queiram faturar com um empreendimento deste porte. Mas a afronta ao bom senso e à lógica beira o ridículo e coloca no picadeiro alguns detentores de mandatos eletivos, que optam por espumas em detrimento da defesa consistente de seus argumentos. Até porque eles não existem e destoam completamente dos fatos.

Que cada um se posicione como melhor lhe convier, mas sem agredir as regras básicas do respeito à inteligência alheia. O mais feio aos ridículos de plantão não é enfrentar o espelho, porque eles já se acostumaram com a face ridícula que carregam em um grave desvio de personalidade, mas a tentativa de impingir aos outros uma verdade inexistente, que mascara a realidade dos fatos.

Nesta disputa pela instalação da unidade da AMBEV a mentira não pode prosperar, pois o culto à desfaçatez é inadmissível em tempos contemporâneos.

Maurílio Fontes

Proprietário, jornalista, diretor e responsável pelo Portal Alagoinhas Hoje

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