Errei, meu otimismo moderado não resistiu ao surgimento da ômicron – Pedro Hallal

No dia 13 de julho de 2021, escrevi a coluna “Quando acaba a pandemia?” aqui na Folha de S.Paulo. Naquele texto previ que, no Brasil, a pandemia se encerraria na virada do ano, na margem de erro, entre novembro de 2021 e fevereiro de 2022. Portanto, o título da coluna de hoje é “Errei”.

Durante a minha infância, meu pai e minha mãe me ensinaram muitas coisas, e uma das mais importantes foi admitir os erros e aprender com eles. Teve uma vez que um colega meu da escola foi suspenso, e lembro que a mãe dele fez uma confusão gigantesca no colégio e conseguiu reverter a suspensão dele. Na época, achei o máximo.

Certa vez, na minha adolescência, fui suspenso do clube por uma semana, em função de uma bagunça que eu e alguns amigos fizemos na portaria. Cheguei em casa indignado, e pedi para a minha mãe ir lá no clube tentar reverter a suspensão. Minha mãe, tranquilamente, me perguntou o que eu tinha feito. Narrei tudo. Após acabar, minha mãe disse: “Vais ficar sem ir ao clube por duas semanas: uma pela suspensão imposta pelo clube e outra pela suspensão imposta por mim, agora. Que não se repita”.

Não se repetiu.

Hoje em dia, as pessoas erram muito mais do que naquela época. Isso porque as redes sociais geram uma comunicação que carece do “olho no olho”. E sem o olho no olho”, a chance de errar é muito maior. É muito fácil xingar alguém pela internet. Atacar uma pessoa e ferir sua reputação é quase a profissão de alguns hoje em dia.

Mas é muito raro hoje em dia vermos as pessoas admitindo o erro.

 

Fonte: Folha de São Paulo

Maurílio Fontes

Proprietário, jornalista, diretor e responsável pelo Portal Alagoinhas Hoje

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