Alexandre de Moraes autoriza acesso da PF a dados da investigação do Facebook

O ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal (STF), autorizou a Polícia Federal (PF) a acessar informações da investigação do Facebook, que derrubou uma rede de contas e perfis falsos ligados a integrantes do gabinete do presidente Jair Bolsonaro, a seus filhos, ao PSL e aliados. Com a decisão, ele atende a um pedido da PF.

A partir da decisão de Moraes, os dados reunidos pela empresa poderão ser utilizados em dois inquéritos, o das fake news e o dos atos antidemocráticos. Ambas relatadas pelo ministro, as investigações correm sob sigilo no Supremo. O ministro deu cinco dias para a rede social passar os dados.

Na investigação da fake news, Alexandre de Moraes chegou a apontar, em maio, indícios de que um grupo de empresários atuava de maneira velada financiando a disseminação de notícias falsas e conteúdo de ódio contra integrantes da Corte e outras instituições. O ministro também definiu como ‘associação criminosa’ o grupo do ‘gabinete do ódio’.

De acordo com reportagem do jornal Estado de S. Paulo, um possível compartilhamento de provas de tal investigação com o Tribunal Superior Eleitoral (TSE) pode ‘turbinar’ ações que podem levar à cassação do presidente Jair Bolsonaro e do seu vice, Hamilton Mourão.

A PF pediu o acesso às informações do Facebook após a exclusão das contas inautênticas, conforme antecipou a coluna Painel, do jornal Folha de São Paulo. Os investigadores querem ter acesso a todos os dados da apuração privada realizada pela empresa. A pesquisa da rede social ligou um assessor do Planalto, Tércio Arnaud Tomaz, a ataques contra opositores do presidente Jair Bolsonaro (sem partido).

Tércio trabalhou no gabinete do vereador Carlos Bolsonaro (Republicanos-RJ) e hoje ocupa o cargo de assessor especial da Presidência da República. É apontado como líder do chamado “gabinete do ódio”, estrutura do Palácio do Planalto que seria usada para mensagens de difamação.

A polícia argumenta no pedido ao STF, assinado pela delegada Denisse Dias Ribeiro, que a determinação à rede social para entregar os dados deveria ocorrer de maneira urgente, para que as pessoas envolvidas com as contas removidas não tenham tempo de se desfazer dos dados.

 

Fonte: A Tarde

Maurílio Fontes

Proprietário, jornalista, diretor e responsável pelo Portal Alagoinhas Hoje

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