Líder da oposição na Alba diz que diretor da Codeba é investigado pela PF

O líder da oposição na Assembleia Legislativa da Bahia, deputado estadual Targino Machado (DEM), denunciou que o diretor de Gestão Comercial e Desenvolvimento da Companhia das Docas do Estado da Bahia (Codeba), Fábio Luiz Lima de Freitas, é alvo de uma investigação da Polícia Federal.

Segundo o parlamentar, que fez o relato na segunda-feira, 10, Fábio é investigado no âmbito da operação Infinita Highway, deflagrada pela PF em abril deste ano para desmontar um esquema de superfaturamento em preços de pedágio de rodovias na Bahia, Goiás, Espírito Santo e Distrito Federal.

Procurada por A TARDE, a Polícia Federal não confirmou se o diretor realmente é alvo da ação e apenas informou que a operação continua em andamento. Freitas teria se envolvido nas irregularidades quando foi superintendente de Exploração de Infraestrutura Rodoviária da Agência Nacional de Transportes Terrestres (ANTT).

À reportagem, Targino garantiu que seu intuito foi apenas chamar a atenção do governo federal para o fato de haver uma denúncia contra alguém que está “em uma das diretorias mais cobiçadas” da Codeba. Ele disse também que tem documentos para comprovar suas declarações, apesar de não tê-los apresentado. O deputado ainda afirmou que o presidente Jair Bolsonaro e o ministro da Infraestrutura, Tarcísio Gomes de Freitas, precisam dar explicações sobre a nomeação de Fábio.

“A indicação aconteceu em uma empresa onde sempre tem pairado muita dúvida, um ambiente muito favorável à corrupção, desde tempos pretéritos. Com a palavra, Bolsonaro e o ministro da área”, declarou.

O líder da oposição destacou que o diretor supostamente investigado tem ligações com o PT baiano e foi trazido ao estado por Eva Chiavon, secretária da Casa Civil no governo Jaques Wagner. Freitas assumiu cargos na pasta, como apontam publicações em edições do Diário Oficial do Estado de 2013.

Apesar do histórico de ligação com petistas, a indicação dele para a diretoria na Codeba teria partido do próprio ministro da Infraestrutura, segundo uma fonte ligada ao governo Bolsonaro ouvida por A TARDE.

Em nota, o Ministério da Infraestrutura assegurou que Fábio não tem contra ele nenhuma acusação formal e está “apto a cumprir com suas funções”. O posicionamento trouxe ainda que não cabe à pasta fazer “juízo de valor sobre imputações feitas no ambiente político local.”

Infinita Highway

Deflagrada pela PF com apoio do Tribunal de Contas da União (TCU), operação apurou que empresas concessionárias contratavam laudos falsos que atestavam a qualidade das rodovias. Assim, evitavam a aplicação de multas pela ANTT, órgão responsável pela fiscalização da prestação do serviço.

As irregularidades investigadas apontam que foram arrecadados indevidamente pelo menos R$ 330 milhões em cobrança de pedágio dos usuários. Os crimes teriam ocorrido a partir de 2011, relacionados a pelo menos três contratos de concessões rodoviárias.

 

Fonte: A Tarde

Maurílio Fontes

Proprietário, jornalista, diretor e responsável pelo Portal Alagoinhas Hoje

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